sábado, 1 de outubro de 2011

CONSELHO DE MEDICINA

Vamos saber como o Conselho de Medicina de Mato Grosso está assistindo a essa tragédia da saúde pública no nosso Estado? Para a sociedade a imagem é de omissão a tudo isso que está aí. O Conselho tem trabalhado, mas as suas ações, pouco conhecidas.

Abro o meu espaço para corrigir essa impressão de aliado dos poderosos e mudos por conveniência. Passarei, resumidamente, a falar sobre as providências que a presidente da entidade, a médica Dalva Alves das Neves, vem tomando.

Diz ela, no Jornal do Conselho de julho-agosto de 2011:

“Mato Grosso é considerado o celeiro do Brasil, pois é o maior produtor de soja do mundo, tem a maior colheita de algodão do país e um dos maiores rebanhos bovinos brasileiros. Entretanto, este mesmo Estado rico e abundante, oferta a seus cidadãos um sistema de saúde pública precário, superlotado, mal gerido e sem infraestrutura mínima de atendimento, tanto na capital, Cuiabá, como em municípios do interior.”

A avaliação é do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT).

Continua a presidente: “O CRM-MT já fiscalizou, já denunciou, já protestou e nada foi feito pelos gestores. O Pronto Socorro de Várzea Grande está eticamente interditado desde outubro do ano passado e nada mudou. O de Cuiabá é um depósito de seres humanos.

"Os problemas já resultaram até em denúncias internacionais. O atendimento feito aos cidadãos mato-grossenses nos estabelecimentos públicos de saúde é desumano e o órgão internacional deve tomar conhecimento do que se passa por aqui. O médico também é vítima da negligência dos gestores, da falta de estrutura e da escassez de recursos humanos.”

O promotor de Defesa da Cidadania, Alexandre Guedes, assim definiu a situação da saúde em Mato Grosso: “O maior responsável por essa crise é o Estado, que não oferece suporte nos municípios do interior e sobrecarrega a capital".

Em maio, durante uma visita a Cuiabá, o integrante da Comissão Pró-SUS do Conselho Federal de Medicina (CFM) e diretor da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), Márcio Bichara, conheceu de perto a situação no Estado e declarou:

“A função de um Pronto Socorro é fazer o primeiro atendimento de urgência e emergência. Em seguida os pacientes devem ser encaminhados aos hospitais de retaguarda para dar continuidade. Porém essas estruturas não existem em Mato Grosso".

Fiz questão de relembrar a calamidade que atinge, principalmente, os mais humildes, para alertar às nossas autoridades que há muito sofrimento no meu Estado.

Um pouco de atenção faria bem aos verdadeiros construtores da riqueza deste Estado.

Nem tudo é futebol.


Gabriel Novis Neves

21-09-2011

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