quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Vai ficar assim

Na Copa do Mundo de 1958, realizada na Suécia, o Brasil foi campeão pela primeira vez e o Garrincha deixou um herdeiro. O técnico da nossa seleção era o bonachão Feola.

No treino técnico e tático no país de reis e rainhas, o nosso treinador reuniu os jogadores no centro do gramado do estádio de futebol, para orientá-los.

Na hora das instruções para Mané Garrincha, que mascava capim do piso do campo, o técnico do São Paulo pediu para que ele prestasse bastante atenção.

Em 1954, o Mané jogava um bolão, mas ficou fora da seleção, reprovado no teste psicológico por ser muito desconcentrado.

- Mané, você vai se posicionar em cima da linha de cal na lateral direita, um pouco abaixo do meio campo, para evitar o impedimento – instruiu o técnico Feola.

- Sim senhor, respondeu o Mané.

- Quando o time adversário nos atacar, fique atento. Quando a bola for nossa, o Didi colocará a redonda nos seus pés.

- Sim senhor.

- Aí você, em velocidade, caminha com a bola em cima da risca de cal. O lateral esquerdo virá para o combate. Você aplique aquele drible desmoralizante deixando-o sentado na grama. Continue em alta velocidade sempre na linha de cal. O quarto zagueiro adversário virá ao seu encontro. Outro drible desmoralizante. No desespero o zagueiro central abandona a área. A esta altura você dispara em direção ao gol adversário. Sem zagueiros é só centrar para o Vavá e Pelé e correr para o meio do campo para os abraços. Entendeu Mané?

- Sim, “seo” Feola. O senhor já combinou tudo com o nosso adversário, né?

Assim está a política em Mato Grosso.

Muitos se enganam pensando que os nossos políticos estão preocupados com a Copa, com o projeto do VLT, que até agora não ficou pronto e custa uma fortuna.

Também não estão preocupados com os escândalos da CBF e do ministério dos Esportes. Com o mal estar da presidente com a FIFA e a CBF, ou com os recursos que não aparecem.

Não falando com o que já acostumamos: violência desenfreada, saúde terceirizada, educação sucateada.

Estão sim preocupados, mas é com a pauta do Paiaguás, ou seja, com o futuro político do grupo que está no poder. O técnico do grupo se reuniu com os estadistas da caneta e do Diário Oficial e, tal qual Feola, orientou o grupo.

O atual governador, seguindo o exemplo dos seus antecessores, deixa o governo para se candidatar ao Senado da República.

O vice, por lealdade ao seu partido não assume, e já declarou que quer ser deputado estadual.

O futuro presidente da Assembléia Legislativa deixará o cargo para exercer a sacrificada função perpétua de conselheiro do Tribunal de Contas.

O secretário da Assembléia, através de um arranjo jurídico em marcha, será obrigado a exercer um mandato tampão de governador, com direito adquirido a uma reeleição facílima.

O único problema no momento é se o defensor da lei, que protege as empresas de aviação civil, e acaba com os aviadores brasileiros, resolva voltar ao cargo após o curso de pós-graduação.

Esse curso no exterior faz parte de compromisso de campanha, e o “seo” Feola daqui, sabia que é possível uma dobradinha do senador com pós-graduação, para governador, e o seu primeiro suplente, como vice, ficando os quatro anos restantes com um cuiabano no Senado.

Entenderam?

Plagiando o Garrincha: - só falta combinar com o eleitor.

Gabriel Novis Neves

17-10-2011

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