quinta-feira, 27 de outubro de 2011

NOVO ASSALTO

O Estado brasileiro é o maior assaltante do seu povo. Este trabalha cinco meses por ano para sustentar a gigantesca máquina burocrática – abrigo privilegiado de alguns. Em troca recebemos migalhas e humilhações.

Pequenos assaltantes estão surgindo nos Estados e Municípios.

Por aqui o mais recente assaltante é o DETRAN, que reajustou todas as suas tarifas e criaram novas. Para o ano que vem o aumento varia de 100% (A Gazeta) e 300% (Diário de Cuiabá).

Diante essa confusão de aumento, o site que ninguém lê, para não polemizar, aconselhou a aceitar o aumento de 200% e não se fala mais nisto!

Enquanto isso, as greves pipocam por todas as partes reivindicando aumentos salariais de servidores que estão morrendo de fome e de esperança por dias melhores.

Cuiabá está entupida de veículos, com ruas esburacadas, sem planejamento e educação para o trânsito, além da total falta de fiscalização e cuidado no fornecimento das carteiras de habilitação.

Tenho a impressão que a única função do DETRAN é funcionar como um braço de arrecadação para o Estado. Além do permanente aviso que o sistema de informática não está operando, e as sucessivas e justas greves dos seus funcionários por melhores salários.

O nosso trânsito mata mais que países em guerras e lotam os poucos hospitais da cidade com pacientes vítimas desse mal, que é a violência no trânsito.

A impressão que tenho para esse assalto do DETRAN deve estar relacionada à captação de recursos de todos os mato-grosensses para a Copa do Pantanal, com o seu imenso legado de obras para a ex-Cidade Verde.

Quando os funcionários públicos mostram as planilhas destruidoras dos seus salários, o governo responde que não há inflação neste país.

O Estado, porém, sempre trabalha com reajustes dignos de assaltantes de caixas eletrônicos.

Cômico, para não dizer trágico, esse Estado assaltante e gastador tem inúmeras agências reguladoras, tabelando, até, momentos de motéis.

De assalto em assalto, pelos inúmeros parentes dos DETRANS, a vida do trabalhador cada dia fica mais difícil, e a grande alternativa para sobreviver é trabalhar na clandestinidade como “empresário”.

Quem não trabalha e vive misteriosamente, de tempos em tempos é conhecido de uma forma: coronel, biscateiro, agenciador, professor. Agora, quem não tem nenhuma qualificação é chamado de empresário. De que não sei, mas eu conheço vários.

É o jeito que muitos encontram para enfrentar os constantes assaltos oficiais.

Gabriel Novis Neves

15-10-2011

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