quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Dois pesos

Uma das leis mais respeitada e aplicada neste país tropical do Futebol, Sapucaí e Rock, é a da - “dois pesos e duas medidas.”

Diariamente a nossa capital é palco de cenas de violência contra a criatura humana.

Ficam apenas os seus registros na imprensa. Ninguém mais toma providências e a barbaridade é justificada como um problema mundial. “Onde há gente, há violência”, falam os homens do poder.

O crime foi banalizado na velha capital do Estado.

Trabalhadores, jovens, crianças, idosos, estudantes, empresários, profissionais que se formaram na nossa universidade federal, etc., frequentam as capelas desta cidade na companhia de familiares e amigos.

Um adolescente de 17 anos foi barbaramente assassinado com mais de 130 golpes de chuços desferidos por colegas de quarto no setor de Triagem do Centro Sócio Educativo de Cuiabá, no complexo Pomeri, informa em manchete o jornal A Gazeta.

O Promotor de Justiça e Juventude da Capital, considera possível o acontecimento de um novo assassinato.

Nunca percebi nenhum protesto organizado pela UFMT, pelas ONGs que cuidam dos direitos humanos ou pelos representantes de Brasília, em eventos de solidariedade às famílias das vítimas por essas crueldades.

Entretanto, bastou um ex-aluno integrante de convênio internacional e portador de bolsa de estudos - não concluiu o curso por razões que desconheço -, ser vítima da violência para despertar a nossa UFMT e Brasília.

Sou defensor da vida e não encontro justificativa para a violência reinar absoluta como o crime bem organizado.

Alunos da UFMT com bom desempenho são assassinados. Ex-alunos morrem vítimas da insegurança que o Estado nos proporciona.

Em Rondonópolis houve uma carnificina há anos atrás, quando professores e funcionários foram assassinados quando voltavam da UFMT (Cuiabá) para as suas residências.

Alguém ainda se lembra dessa chacina? O que fez o MEC? Mandou flores para o velório.

E o guarda da UFMT assassinado na guarita?

Brasileiro vive de teimoso, diz um velho ditado - rico em sabedoria.

Alguém está chorando pela morte de Denílson (43) encontrado morto, caído na rua F, quadra 17, do bairro 1º de Março, região Norte da Capital, por volta das 23h30 do sábado?

Não admito que agentes públicos (policiais) cometam essa barbaridade assim como qualquer cidadão.

Agora, tentar politizar um assassinato, numa cidade de assassinatos, cometido em uma pizzaria, alegando motivos raciais, é outro crime a ser investigado.

Vivemos no país de dois pesos e duas medidas. Onde está a transparência defendida com unhas e dentes pela presidente do Brasil na reunião da ONU?

A sociedade cobra transparência sobre todos esses assassinatos que transformaram a nossa pacata cidade em cidade do crime e impunidade.

Se providências urgentes e enérgicas não forem tomadas, corremos o risco de, durante os jogos da Copa, os nossos governantes serem ovacionados como o dono do Maranhão o foi no Rock in Rio.

A prescrição do crime praticado pelo seu filho foi a gota de água para a manifestação de descontentamento de 100 mil pessoas presentes ao evento.

A falta de transparência já mostrou que a nossa gente está indignada. Quem compareceu ao encerramento do campeonato internacional de vôlei na nossa cidade, viu que não podemos mais viver em um país cuja lei maior é - “A lei de dois pesos e de duas medidas.”

Transparência na apuração da morte do ex-estudante de convênio, e de outras, é o que aguarda a sociedade.

Gabriel Novis Neves

27-09-2011

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