A saúde pública brasileira está no estaleiro. Necessita urgente de financiamento. O povo desta nação está sofrendo muito com a insensibilidade e ausência do poder público.
O problema não é só em nosso Estado. Diariamente a televisão nos mostra cenas frequentes dos hospitais brasileiros.
Acabo de assistir uma cena da saúde para os pobres na Capital Federal – cidade dos marajás e dos comandantes do poder – um descalabro. Nada diferente das situações desumanas das demais cidades brasileiras.
Essa situação deveria ser denunciada por um dos mais de 30 ministérios com sede em Brasília. O mundo civilizado precisa saber como tratamos os nossos doentes.
Exceção nessa tragédia é a cidade de São Paulo, onde o SUS funciona com dignidade.
Há dias fui atendido no hospital da USP, que pertence ao governo do Estado. A minha procura pelo similar do nosso hospital Julio Muller, mantido pelo governo Federal, foi a falta de equipamento.
Sem me identificar, seguindo todo o ritual do SUS, marquei a minha consulta para exame eletivo e, após quinze dias, estava sendo atendido.
Não usei nenhum artifício para o bom atendimento. Disse à funcionária, pelo telefone, que o meu caso não era de urgência. Apenas prevenção.
Poderia ter procurado um hospital de etiqueta, desses utilizados pelos políticos, cujos tratamentos caríssimos são pagos pelo erário público. Estava à procura de competência, sinônimo de hospital de ensino de qualidade.
Retornei satisfeito pelos resultados dos exames, e principalmente, pela humanização do atendimento em um hospital público onde rico não frequenta. Em São Paulo o governo prioriza a saúde e o ensino.
Os governos Federal e Estadual, inclusive o nosso, dizem que não têm dinheiro e que é necessário criar novos impostos.
Durante o reinado de Luiz XIV, Colbert foi ministro de Estado e da economia do Rei. Dizia que, para encontrar dinheiro há um momento em que enganar o contribuinte já não é possível.
O governo está sempre precisando de dinheiro, e para obtê-lo, impostos inimagináveis são criados. Chegamos a um ponto de saturação. Não é mais possível criar impostos para os pobres nem para os ricos.
Mazanino - Cardeal e Estadista que serviu como primeiro ministro na França - irritado com as declarações de Colbert, respondeu: “Tu pensas como um queijo, como um penico de um doente. Há uma quantidade enorme de gente situada entre os ricos e os pobres”.
“São os que trabalham sonhando em vir a enriquecer e temendo ficar pobres. É a essas que devemos lançar mais impostos, cada vez mais, sempre mais! Essas, quanto mais lhe tirarmos, mais eles trabalharão para compensar o que lhe tiramos. É um reservatório inesgotável.”
Esse diálogo entre Colbert e Mazanino aconteceu em 1661. Daquela época para cá, não mudou absolutamente nada.
Os ricos não pagam os impostos devidos porque gastando sustentam os pobres e os pobres não têm como pagar. Ficou então para a maioria do povo trabalhar para o Estado gastar como nunca.
Ele – o Estado - sempre foi um verdadeiro saco furado. Haja impostos para manter os nossos abnegados estadistas e seus discípulos!
Assim, sempre faltaram recursos para a saúde, educação, segurança e bem-estar dos nossos trabalhadores.
Com o exercício da cidadania, poderemos colocar um basta nessa situação, que nos faz sofrer desde que Cabral perdeu a rota para a Índia e ancorou em terras baianas.
Falta-nos apenas, coragem.
Gabriel Novis Neves
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