segunda-feira, 10 de outubro de 2011

JUROS

De uns anos para cá, estamos cansados de ouvir que o Brasil não avança por causa das nossas taxas de juros, as mais elevadas do mundo.

Durante os últimos oito anos, o então vice-presidente do Brasil, semana sim e outra também, esbravejava contra as altas taxas de juros cobradas pelo nosso Banco Central, comandado, com poderes ilimitados, por um ex-banqueiro internacional convertido em deputado federal.

Leigo, nunca entendi muito de economia e a complexibilidade do câmbio com as taxas de juros elevadas.

O governo falava que era para combater e dominar a inflação.

Na prática, durante esses anos todos sem inflação, os nossos salários ficaram congelados e o preço nas feiras e mercados, lá nas grimpas. Na terra do agronegócio, o preço da carne bovina é proibitivo e o que vemos são os caminhões bi-trem levando os nossos produtos para o exterior.

Os grandes proprietários rurais ostentam títulos da realeza: Rei do algodão, da carne bovina, da suína, da soja, do milho, e até Comendador tínhamos.

Para entender essa questão eu procurei ouvir quem conhece bem o assunto, o economista Paulo Rabello de Castro. Diz ele:

“Existe uma tríade que alimenta a mitologia do juro. A primeira perna é esquecer-se da culpa do governo no excesso de demanda que ele mesmo provoca.

“A segunda é achar que o setor financeiro não tem incentivo para perpetuar esse modelo. Tem pela forma como está pactuada a dívida interna e como o governo central insiste em rolar sua dívida, que é por títulos indexados e juros por dia.

“Essa composição faz com que o sistema financeiro bata palma, vire sócio do juro alto. Há uma alimentação do sistema porque o governo também acaba distribuindo rendas financeiras através dessa dinâmica.

“É o contra-senso para um país que é considerado seguro, que dificilmente dará um calote.

“O atual governo reconhece que esse modelo implantado pelo FHC, seguido por oito anos pelo Lula, não é bom para o Brasil, e quer mudar.

“O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini tem a seguinte opinião sobre esse assunto. O BC e a Fazenda ainda não tiveram a musculatura para mudar o modelo atual, que se apóia em juros elevados.

"Tanto na administração FHC, quanto na do presidente Lula, o crescimento do gasto público superou o crescimento do PIB.

"E Dilma vai pelo mesmo caminho. É o governo crescendo em cima do setor privado", finaliza o economista Rabello de Castro.

Eu entendi apenas que os salários dos trabalhadores continuarão achatados, os preços elevados nos mercados e feiras, os juros altos, a taxa de crescimento em queda e o governo dizendo que no Brasil não há inflação.

Gabriel Novis Neves

04-10-2011

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