quinta-feira, 20 de outubro de 2011

ABSURDO

Conversei com um diretor de hospital privado de Cuiabá. Ouvi dele o absurdo dos absurdos: de como o governo da bola (futebol) trata esses empresários.

Na inexistência de uma rede pública de saúde para atender sua população, o papel de internar pacientes graves em hospitais particulares, é da Justiça, que não pede, manda.

Tudo bem, se essa ação da Justiça tivesse terminalidade, mas não tem. São intermináveis os pedidos, o que se torna muito cômodo para o Estado, pois o desobriga de honrar com seus compromissos – pura incompetência.

Geralmente os casos internados nos hospitais privados, por ordem judicial, são de pacientes graves que, na maioria das vezes, vão para a UTI, sem prazo de alta.

No período de internação, médicos são chamados, exames laboratoriais executados, medicamentos de alto custo utilizado, além de toda a estrutura hospitalar.

Quando a conta chega às secretarias de Saúde estadual - chegam pacientes de todo o Estado -, e municipal, vem a humilhação ao prestador de serviços, que trabalha com tabelas inferiores às pagas para as OSS.

Atrasos mortais para as empresas, que não possuem capital de giro para bancar as obras da Copa.

O final do ano está chegando. Contas antigas não foram pagas. E a Justiça continua mandando internar pacientes de todo o Estado, com o beneplácito do inepto agente governamental, caloteiro contumaz na área social.

Os médicos estão se recusando a trabalhar para o Estado gastador, assim como os laboratórios. O hospital tem que pagar os fornecedores de medicamentos para não cortarem a distribuição das drogas.

E o pior é que a Justiça que manda internar, não manda o governo pagar o que deve. Com essa parceria não confiável, cada dia aumenta o número de hospitais privados que fecham as suas portas.

Se providências urgentes não forem tomadas na saúde pública, teremos uma Copa sem hospital.

O Estado tem plena consciência do que está acontecendo e, como Pôncio Pilatos, entregou os seus precários hospitais regionais, pronto-socorros em negociação e farmácia de alto custo, para as OSS administrarem.

Resultado: filas para consultas, internações, cirurgias e falta do remédio.

O esforço do governo atual parece que é para o extermínio dos hospitais privados.

A situação atual do descaso com a saúde pública é o absurdo dos absurdos.

Gabriel Novis Neves

17-10-2011

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