Nelson Rodrigues costumava repetir nos seus escritos, que toda e qualquer unanimidade é burra. Tinha toda a razão o nosso grande dramaturgo. Além de burra, a unanimidade é também mentirosa - ela não existe.
Leio na internet comentários e opiniões sobre o aumentão dos deputados federais - 62 % - nos seus vencimentos básicos por mês. Não contando o espetacular efeito cascata.
Apenas 11 dos 395 deputados presentes à histórica seção legislativa dos tempos modernos ocuparam a tribuna para defender o irresponsável aumento.
Um inocente das artes políticas, que estivesse assistindo pela TV a sessão, com toda a certeza deste mundo, não teria a mínima dúvida da sua derrota em plenário.
Veio o resultado com uma maioria esmagadora de votos.
Anunciado o ‘surpreendente’ resultado, a maioria, ficou descontente. Esperavam, pelo menos, um aumento que fosse o dobro do aprovado e que nós iríamos pagar. A justificativa predominante nos corredores assombrados da Câmara dos deputados, é que os nossos representantes precisavam, nesses anos de mandato, fazer a sua independência econômica.
É de justiça registrar o nome dos deputados que votaram contra o aumento.
Foram eles:
Alfredo Kaefer (PSDB-PR)
Assis do Couto (PT-PR)
Augusto Carvalho (PPS-DF)
Capitão Assumção (PSB-ES)
Chico Alencar (PSOL-RJ)
Cida Diogo (PT-RJ)
Décio Lima (PT-SC)
Dr. Talmir (PV-SP)
Eduardo Valverde (PT-RO)
Ernandes Amorim (PTB-RO)
Mauro Nazif (PSB-RO)
Emanuel Fernandes (PSDB-SP)
Fernando Chiarelli (PDT-SP)
Fernando Gabeira (PV-RJ)
Gustavo Fruet (PSDB-PR)
Henrique Afonso (PV-AC)
Iran Barbosa (PT-SE)
Ivan Valente (PSOL-SP)
José Stangarlini (PSDB-SP)
Lelo Coimbra (PMDB-ES)
Luiz Bassuma (PV-AC)
Luiz Couto (PT-PB)
Major Fábio (DEM-PB)
Luiza Erundina (PSB-SP)
Magela (PT-DF)
Marcelo Almeida (PMDB-PR)
Paes de Lira (PTC-SP)
Paulo Pimenta (PT-RS)
Raul Jungmann (PPS-PE)
Regis de Oliveira (PSC-SP)
Reinhold Stephanes (PMDB-PR)
Sueli Vidigal (PDT-ES)
Takayama (PSC-PR)
Vander Loubet (PT-MS)
Todos os deputados de Mato Grosso votaram a favor do aumento.
Esse aumento aprofunda o abismo entre a sociedade e o Parlamento, diz revoltado o Chico Alencar.
É bom lembrar que durante a recente campanha eleitoral esse assunto não foi abordado pelos milhares de candidatos ao Congresso Nacional.
Para remunerar condignamente os seus deputados, que a partir da próxima legislatura passam a ser os mais bens remunerados do mundo, houve necessidade de se fazer cortes no orçamento.
A primeira conseqüência foi com relação ao aumento do salário mínimo, que será pífio.
Foram feitos também cortes substanciais em áreas não prioritárias ao desenvolvimento nacional como Educação, Ciência e Tecnologia.
Até o falado PAC sofrerá cortes, assim como alguns programas assistenciais.
Ia me esquecendo daquela historinha de torneiras abertas para a Copa do Mundo, também está com a sua água bem racionada.
Enquanto isso, os fazedores de leis se esbanjam em festas do auxílio exercício de função.
Oh, Vida!
Gabriel Novis Neves
14-12-2010
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