quinta-feira, 28 de abril de 2011

Nunca, jamais, em tempo algum, pensei que um mito fabricado durante mais de trinta anos, pudesse ser destruído em cem dias.

Sempre escrevo e comento que certas coisas, só acontecem em Cuiabá.

Cuiabá é Brasil, e na nossa nação aconteceu um fenômeno típico das coisas que só acontecem aqui.

Os antigos moradores do Arraial do Senhor Bom Jesus de Cuiabá interpretavam esses acontecimentos dizendo que esses mitos criados, eram iguais santos de pés de barro. Não tinham a mínima durabilidade, e seus pés eram destruídos, e transformados em pó, danificando toda a escultura, que representava o santo.

O diretor editorial da revista ISTOÉ Dinheiro, conta a peregrinação da Presidente na China.

“Foi uma das mais rentáveis excursões de negócios já conduzidas por um presidente brasileiro mundo afora.

Dilma fez um verdadeiro “arrasta quarteirão” comercial com resultados inéditos junto ao parceiro chinês.

Na estréia como mascate do produto “Made in Brazil", Dilma conseguiu vender de tudo: aviões, manufaturados, carne e derivados, além de seduzir portentos empresariais para investir pesado no País.

A sinalização da gigante Foxconn de que injetará aqui cerca de R$ 20 bilhões para produzir os tablets da Apple serviu como grande apoteose de um show que incluiu inúmeros outros acordos na área de tecnológica.

As chinesas ZTE e Huawei, por exemplo, aproveitaram a oportunidade da visita, anunciaram investimentos de R$ 316,1 milhões e R$ 553,2 milhões, respectivamente, em projetos no interior de São Paulo.

O governo da China ainda se comprometeu a estimular o aumento de importação de manufaturados brasileiros.

A Embraer, que há anos mantinha uma fábrica naquele país, com baixo rendimento e poucas encomendas locais - chegando inclusive em cogitar o fechamento da unidade -, recebeu de uma só vez mais de U$1,5 bilhão em pedidos de compra de jatos. Serão 35 aviões do modelo E-190 comercializados ao preço de U$ 43,2 milhões cada um para dois grupos empresariais chineses.

Soja, minério, carnes - a lista de mercadorias negociadas é extensa e variada.

Nesse contexto não se pode diminuir a importância da gestão diplomática realizada por Dilma.

Ela levou uma gigantesca comitiva, com 300 empresários, para tratar de negócios.

Era a pauta número 1 dos encontros. Lá, ela destravou transações comerciais que estavam emperradas havia anos, cobrou reciprocidade nas relações bilaterais e saiu com um saldo de contratos de fazer inveja a qualquer chefe de nação do planeta.”

Com a sabedoria milenar dos chineses, apesar das inúmeras visitas recebidas nos últimos oito anos, com toda a certeza sabiam que, antes, estavam diante de um santo de pés de barro.

É a única explicação para em 100 dias de um novo governo, a China escancarar as suas portas comerciais, tudo na maior discrição possível.

Alguém deve estar temendo pela próxima viagem da nova presidente, que não será para pedir bênçãos ao moribundo ditador do Caribe, nem levar a nossa seleção de futebol ao Haiti, ou alugar para guerrilheiros a nossa embaixada em Honduras, ou pedir conselhos na Venezuela. Nunca pensar numa viagem da presidente, para acalmar o cocaleiro que privatizou a nossa Petrobrás, visitar o bispo de Assunção e discutir moda em Buenos Aires.

Aquelas célebres viagens pela África, com shows do ministro da Cultura a países famintos e há anos comandados por sanguinários ditadores e promessas de ajuda que nunca saíram do papel estão com o seu ciclo encerrado.

Acho que a nova rota presencial de viagens deve incluir o Japão, Coréia do Sul, Índia, Inglaterra e Estados Unidos da América do Norte, isso se o Itamarati negociar com a CIA, o perdão para o pessoal que não pode pisar em solo americano.

Ia me esquecendo: a presidente informou ao Itamarati, que como Chefe de Estado, não receberia presentes.

O nosso mito não conseguiu passar pelo teste internacional da 1ª viagem da presidente, e virou pó.

Gabriel Novis Neves

23-04-2011

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