Sempre achei mais fácil demonstrar o meu desamor, por uma pessoa, ambiente, trabalho, cidade, que o meu amor.
A construção de um verdadeiro amor exige o passar por várias etapas.
Ele aparece quando você menos espera. Um descuido, uma distração, e eis que ele surge não na sua forma definitiva, mas como paixão.
Com cuidados de um cristaleiro, esse sentimento da paixão, lentamente, é transformado em amor, o combustível de uma vida saudável.
Por falta de cuidados permanentes, se um dia trincar esse sentimento não há como recuperá-lo.
O amor nesses casos transforma-se em sofrimento.
O amor existe, e é difícil de ser provado. Sempre foi assim desde que existe a humanidade. Temos exemplos bíblicos de amor, e que até hoje geram discussões.
Sinto que, infelizmente, não existe uma unanimidade com relação a este assunto.
Em compensação é muito fácil demonstrar o desamor.
Uma ausência, um olhar, uma palavra, uma atitude, e às vezes até uma viagem sem motivos, é a prova necessária para demonstração de um desdém para alguém ou até para uma cidade que existe por ser habitada por gente.
A nossa querida ex Cidade Verde, útero do Estado de Mato Grosso, está completando 292 anos de vida.
São quase três séculos de história, e lindas histórias. Cidade acolhedora, jamais rejeitou os seus milhares de filhos adotivos, tratando-os sempre como filhos biológicos que aqui chegaram, muitas vezes expulsos das suas cidades de nascimento.
A todos deu pão, amor, educação e oportunidades, sem nunca pensar em um gesto de agradecimento ou gratidão.
Cuiabá sempre foi uma cidade doadora. Nunca usou a mesquinhez nas suas atitudes de ajuda aos necessitados.
Talvez essa sua atitude de tamanha grandiosidade humana, nunca fora percebida por aqueles que aqui chegaram.
Cuiabá humilde sabendo da sua grandiosidade a todos perdoa, e continua mal tratada, desrespeitada, desvalorizada.
Para provar que não gosta de Cuiabá, não há necessidade de viagens tão longas e desgastantes.
A recíproca é verdadeira, diz a população da aniversariante de 292 anos.
Atitudes como essa demonstram como é fácil provar que o viajante hipotético, não gosta mesmo da nossa cidade.
Cuiabá querida receba beijos dos seus filhos.
Gabriel Novis Neves
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