segunda-feira, 11 de abril de 2011

ALZHEIMER

O que aconteceu com você, minha universidade?

Por acaso esqueceu-se do seu passado de lutas contra o autoritarismo, a prepotência, o preconceito e os interesses políticos num regime de exceção?

Esse passado é o patrimônio maior que os seus fundadores deixaram.

Fale para mim o que aconteceu!

Não consigo entender, nem compreender, porque que agora, em plena maturidade – que dizem ser a época da sabedoria - você permitiu que lhes desvirtuassem os nobres ideais e valores em que foi forjada com tantos sacrifícios?

Com apenas quarenta anos você é acometida do esquecimento.

Preferiu contrariar toda a comunidade científica formadora de gente, ficar contra ou seus alunos e se posicionar como um partido político, da base de sustentação do governo do Estado.

Este ato político de submissão matou a audaciosa universidade, arrimo das famílias mato- grossenses, e a transformou em um pequeno partido político de aluguel.

Esse modelo escolhido pela reitoria como o ideal, é o mesmo modelo que sucateou o velho Hospital Universitário Julio Muller, que no momento sofre pesadas críticas e ameaças do Conselho Regional de Medicina pelas suas precárias condições oferecidas ao tratamento dos pacientes.

Há falta de funcionários, o número de atendimento é baixo, os serviços auxiliares estão paralisados por falta de equipamentos de reposição e manutenção, as cirurgias quase inexistem.

A eficiência do modelito escolhido na reunião do Conselho Estadual da Saúde pela minha universidade, está simbolizada no vergonhoso esqueleto do centro de diálise renal, onde milhões de reais de dinheiro público foram ali enterrados.

Agora, o motivo, que não quero acreditar.

Os nossos representantes em Brasília prometeram, com recursos de emendas parlamentares, construírem um novo hospital, equipá-lo e fazer concurso para os funcionários. Tudo isto com o apoio do governo do Estado, que tem horror do termo Hospital Estadual.

O primeiro ato da nova Presidente foi acabar com a farra das emendas parlamentares e concursos públicos, até segunda ordem, além de a obra estar embargada segundo fontes oficiais.

A saída será entregar a casa de uma das melhores escolas de graduação de medicina do país, para uma duvidosa firma sem fins lucrativos de Pernambuco (OSS) tomar conta, porque, o que é bom para o ainda não funcionando Hospital Metropolitano de Várzea Grande, é bom para o HUJM.

Responda baixinho para ninguém ouvir, minha universidade: você está com a Doença de Alzheimer?

Gabriel Novis Neves

07-04-2011

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