segunda-feira, 18 de abril de 2011

HISTÓRIA DE MATO GROSSO

Dever ser um bom negócio escrever sob encomenda a História de Mato Grosso. O autor ou autores recebem todas as espécies de incentivos oficiais encorpados com os do caixa dois, que é aquele arrecadado nos órgãos públicos e entre os empresários de sucesso. Isso dará direito aos patrocinadores, de encaminhar o listão de personalidades que merecem pertencer à nossa história, muitos com as suas biografias já elaboradas, apenas para o editor do livro publicar.

É um ramo de negócios que mais prosperou nos últimos anos, na terra de Estevão de Mendonça.

Edições luxuosas são produzidas em escala industrial.

As suas edições quando ganham as ruas, já estão esgotadas, pois foram vendidas aos órgãos do governo, ainda na gráfica.

Quem tiver a infelicidade de manusear esses produtos chamados de História de Mato Grosso, irá ficar confuso. Pois os seus verbetes históricos são de ocupantes do poder no meu Estado, seus assessores e homens de negócios com caixa alta.

É mais um livro, ou enciclopédia de personagens da nossa vida social, política e empresarial.

De história que é bom, que demanda tempo para pesquisa, nada.

Os jornais anunciam mais um sensacional lançamento, que ajudarão tanto as nossas crianças, quanto aos pesquisadores, a manterem viva a memória deste Estado.

O autor já anunciou que após as eleições municipais, haverá uma nova edição atualizada, com a biografia de todos os novos prefeitos, seus vices e vereadores.

Também novos ocupantes de cargos públicos engrossarão os livros.

Considerando que o último bobo deste Estado, morreu há mais de um século, fico imaginando o faturamento produzido pelos empresários da nossa história, nos nossos 141 municípios.

Esse trem de escrever a História de Mato Grosso, com esse perfil, é um bom negócio só para o autor ou autores.

Deveria ser proibido para menores e maiores, pois faz mal à saúde intelectual.

Gabriel Novis Neves

12-04-2011

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