quinta-feira, 31 de março de 2011

Rei da Jordânia

O presidente Obama e família escolheram o último final de semana do verão carioca, para uma visita ao Brasil.

A primeira parada, lógico, foi em Brasília, para as formalidades habituais.

A GloboNews reuniu em seu estúdio todo o corpo docente de direito internacional, religião, estratégias militares, economistas, para as suas categorizadas análises, muito interessantes ao povo brasileiro. A Rede Globo fazia a transmissão de cinco em cinco minutos.

O povo brasileiro ficou sabendo, por exemplo, que o presidente americano é vegetariano. Já a sua esposa, segundo fontes oficiais, adora uma boa picanha.

Enquanto o homem mais poderoso do mundo cumpria, exemplarmente, o protocolo de visita de um chefe de Estado de país civilizado, a sua companheira, segundo as mesmas fontes, mesmo sendo doutora pela universidade de Harvard, divertia-se com os capoeiristas contratados pelo Itamarati.

Nossa gentil presidente convidou para o encontro com o presidente visitante, todos os ex-presidentes, assim como os governadores dos Estados.

Uma pena a ausência do cara! Esqueceram de avisá-lo que, mesmo ex, teria direito a um tradutor, a exemplo do romancista da Academia de Letras e o nosso famoso ex-topete.

Terminado a necessária introdução diplomática em Brasília, a família Obama deslocou-se para a Cidade Maravilhosa onde pousou na Base Aérea do Galeão.

Daí embarcou no furgão-helicóptero da Marinha Americana, com destino final no gramado do Flamengo, onde foi presenteado pela presidente do clube com uma camiseta vermelha e preta.

Obama não imitou o gesto do nosso ex que, sempre ao ganhar um mimo desses, imediatamente fazia uso do presente recebido. Ao longo dos últimos oito anos, pudemos presenciar o nosso ex com bonés, camisetas, chapéus, faixas comemorativas do campeonato brasileiro de futebol - para a felicidade geral dos fotógrafos, e do ex, muito chegado a um holofote.

Uma coisa logo chamou a atenção dos brasileiros. A primeira-dama americana fala! E fala de tudo, de educação infantil a armamentos nucleares. Ficaram hospedados em Copacabana - não no Palace.

Depois da fala de improviso - concisa e curta - no Teatro Municipal, foi passear pelos pontos turísticos do Rio. Mandou avisar ao governador e ao prefeito que não gostaria de ser fotografado ao lado deles.

O nosso Cristo Redentor foi privatizado para receber Obama e seus familiares. Nenhuma foto com aqueles pássaros, chamados de papagaios de pirata.

O Presidente dos Estados Unidos escapou de um passeio pelo piscinão de Ramos, mas não conseguiu evitar uma visita pelas favelas do Rio. O Brasil adora mostrar suas singularidades!

Finalizada a visita ao Brasil, o presidente americano continuou a sua tournée pela América do Sul, e foi para o Chile. No embarque, nada de fotos de despedidas.

No outro dia cedo, sintonizado na rádio Jovem Pan de São Paulo, escuto o âncora do programa conversando com o correspondente em Washington. Este relata que todos os jornais americanos e as principais redes de televisão dos Estados Unidos, concederam generosos espaços para enaltecer as belezas naturais do Rio de Janeiro.

Ao concluir o seu boletim internacional, mostrando como que o mundo viu Obama no Brasil, uma decepção.

Segundo analistas políticos americanos que acompanharam o presidente americano, o fato mais importante acontecido no Brasil durante a sua visita, foi ele ter atendido a um telefonema do Rei da Jordânia.

Gabriel Novis Neves

22-03-2011

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.