domingo, 20 de março de 2011

NATHÁLIA

Tenho cinco netas. A caçula acabou de completar quinze anos. Isso significa que estou habilitado, pela natureza, a ser, em um ano, numa absurda hipótese matemática, penta bi-vô.

O tempo passou. Como estava distraído! As minhas meninas, que vieram ao mundo amparadas pelas minhas mãos, transformaram-se em moças.

Desse grupo de meninas, digo moças, uma já concluiu o curso superior, duas estão na universidade e uma deverá fazer o vestibular, ou o Enem, em dezembro.

A Nathália, que completou quinze anos, está no ensino médio, preparando-se para o competitivo ingresso no ensino de terceiro grau.

Embora sejam primas entre si, foram criadas emboladas como irmãs, mas noto algumas pequenas diferenças entre elas.

Apenas um exemplo: a escolha delas para a comemoração dos quinze anos.

Três escolheram a tradicional festa em clubes, com todo aquele cerimonial. Duas optaram pela simplicidade de um almoço familiar em casa dos avôs maternos para lembrar a data.

O que se passa pela cabecinha da Nathália, completando quinze anos?

Não tenho a mínima idéia. Nessa idade os jovens costumam ser vibrantes e cheios de vida, mas, também, bastante reservados – especialmente as meninas.

Não por acaso, Nathália ficou levemente ruborizada ao ouvir o tradicional e provocativo “com quem será...” durante o assoprar das velinhas.

Ruborizada, deixa transparecer que aquelas palavras atingiram o seu inocente coração com mais dúvidas do que com sangue, produzindo, de maneira incontrolável, dilatação dos vasos faciais.

É como se os seus amigos tivessem descoberto os seus mais ternos sonhos e desejos.

E na cabeça dos pais? O que se passa? Arrisco um palpite: a sensação incômoda de uma provável perda se aproximando, com o aparecimento de um estranho no ninho.

Assim continua a vida e a história das famílias.

Minha querida e única neta nascida de parto normal, felicidades! Viva seus sonhos!

Do vô, seu torcedor.

Gabriel Novis Neves

13-02-2011

Um comentário:

  1. Parabéns, Nathália! O tempo passa... Mas o vovô não precisa se preocupar. As meninas de hoje não terão pressa em torná-lo bi. Bj

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