segunda-feira, 14 de março de 2011

PRESTÍGIO

Qualquer cidadão que trabalhar muito, acordar cedo, dormir tarde, enfrentar com humildade todas as dificuldades encontradas pelos caminhos da vida, com ética – adquire o respeito da sociedade onde vive.

Os modernos preferem utilizar a expressão prestígio, e se referem aos vitoriosos como gente de muita sorte.

Foi mais ou menos isso que ouvi na colação de grau dos formandos de Direito da UNIC.

Existe muita gente que nunca trabalhou e acha que as conquista dos trabalhadores dedicados, é apenas uma questão de sorte.

A Bíblia Sagrada nos ensinou que o Filho de Deus disse: “Trabalhas que te ajudarei!”

A sorte isolada para justificar o sucesso é coisa do capeta – dizia, com sabedoria, o meu pai.

Interessante é que as pessoas vencedoras preferem o tratamento de “gente de prestígio.” Como o prestígio massageia o ego dos carentes de notoriedade! Fazem questão desse amuleto antes do nome. Eles mesmos ficam alardeando pelos quatro cantos da cidade, que têm prestígio com beltrano e cicrano.

Há dias tivemos um exemplo típico do que é ter prestígio.

Uma supercaravana composta por gente do mais alto prestígio desse Estado programou uma invasão ao Palácio da Alvorada em Brasília, para trazer recursos para a Copa em Cuiabá.

Pouca gente de sucesso na comitiva, contando, na sua maioria, por acompanhantes do poder. Bateram com a égua no brejo.

O orçamento federal para 2011 estava aprovado e publicado, sem um vintém de recursos para as onerosas obras da ex Cidade-Verde.

Não foi a primeira, nem será a última vez que isso acontecerá, apesar do reconhecido prestígio dos dois maiores caciques do Estado.

Fato semelhante, aliás, mais importante, ocorreu em dezembro de 1970, quando da criação da tão sonhada e esperada Universidade Federal de Mato Grosso.

O orçamento da União estava fechado, e se não fosse pela grandiosidade de Fragelli, teríamos o primeiro caso de universidade federal natimorta por falta de recursos federais.

O prestígio da nossa bancada federal em Brasília não obteve a “sorte” de arrancar um tostão dos cofres do tesouro, para não deixar morrer a nossa quarentona UFMT.

Passados quarenta anos, será que os nossos representantes de prestígio conseguirão junto à Presidente, alguns reais para salvar a Copa de Cuiabá?

Isso sim, é que é ter prestígio!

Gabriel Novis Neves

19-02-2011

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