segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Tenho notado

De uns tempos para cá, noto que a nossa cidade vem mudando o seu comportamento. Essas mudanças que observo, são muito semelhantes aos processos de aculturação que sofreram as nossas nações indígenas.

Tudo começou com os primeiros contatos com os brancos, que se consideravam pertencentes a uma civilização superior.

Motivados por razões que não comportam neste artigo, os brancos, com complexo de felicidade, fizeram de tudo para convencer aos felizes proprietários do planeta, para que mudassem o seu comportamento.

O trabalho que certas ONGS realizam atualmente é semelhante à história da serpente: prometendo mundos e fundos à Eva, desde que ela coma a maçã. Conseguiu da Eva o seu objetivo, e veja no que resultou essa mentira. Dor, sofrimento, miséria, guerras, mortes de inocentes e o vírus da infelicidade.

Nunca entendi a justificativa dos antropólogos para esse resgate humano e cultural dos povos primitivos, para a nossa cultura. Após a destruição da cultura desses povos, eles são abandonados na periferia social dos brancos.

Precisamos rever esse assunto, não em Congressos Internacionais, mas na prática, percorrendo o nosso território. Alguém tem que contar, sem censuras, este problema, que considero um dos mais sérios do nosso Estado.

As novas gerações de cuiabanos estão em situação pior que os nossos irmãos índios.

Os cuiabanos estão sendo vítimas de um processo agudo de desvalorização dos seus valores pelos modernos colonizadores. Como se não bastasse, são apontados como os responsáveis pelo atraso econômico e social do Estado.

Começaram destruindo o nosso inconfundível e lindo linguajar.

A nossa cultura foi ridicularizada, e os nossos heróis ignorados.

Tudo deveria ser importado, para ser bom.

A nossa enraizada cultura está sendo arrancada de nós com possantes máquinas, criando a esterilidade nessa área tão importante do nosso passado.

Tenho notado essa mudança, que nos levará, com certeza, ao mundo da submissão.

Tenho notado e comentado, é o que posso fazer.

Não dá para a sociedade estancar, também, essa perda?


Gabriel Novis Neves

24-01-2011

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