sábado, 5 de fevereiro de 2011

Livros

Ganhei de pancada, quatro livros. Não daqueles que ficam em pé de tão gordinhos, segundo definição do jornalista Marcos Antonio Moreira. Não chegam também a ser raquíticos. São todos na medida certa, e possuem um ponto em comum: abordam a nossa cultura regional.

Estou lendo-os como receito: de seis em seis horas, até desaparecerem os sintomas - no caso, até a conclusão das leituras.

Um desses livros me emocionou muito. Tanto pela leitura fluídica e prazerosa, quanto pela rica história de vida do seu autor.

Sou um admirador dos vencedores transparentes, sem maquiagens ou plásticas. Daqueles que venceram por méritos pessoais Que souberam superar com coragem e determinação todos os percalços da vida. Que souberam, principalmente, vencer as barreiras do preconceito. Tenho verdadeira idiossincrasia aos heróis impostos.

O autor do livro “Sayonara - Brilhos e Escuridão” tem uma história ao inverso de Brilhos e Escuridão. Negro, baixo, pobre, músico da noite quando ainda adolescente, tinha tudo para ser mais um na multidão dos anônimos.

Mas o nosso escritor nasceu predestinado, disposto a provar que tudo é possível pela educação. Com que sacrifício estudava de dia, e trabalhava à noite! Na vida tudo passa, e esse tempo logo passou ao concluir o seu curso superior na nossa UFMT.

Em 1977 já era professor universitário - o músico que há dez anos era exclusivo do Sayonara.

Depois, foi depois.

Pós-graduação na UFRJ. Ocupou todos os cargos administrativos na sua área de conhecimento, e fechou esse ciclo como Diretor da Faculdade.

Músico por nascença, jornalista, empresário da noite e, agora, revelação como escritor e poeta.

Conhece como poucos a história da vida noturna de Cuiabá e seus principais atores.

Deixa-nos um legado importantíssimo. Narra de forma gostosa, a história da “Maior Boate do Centro-Oeste Brasileiro”.

É um orgulho para mim, poder ter participado da trajetória desse menino.

Parabéns meu guitarrista-escritor! O seu livro nos possibilitou resgatar da memória figuras queridas, frequentadoras assíduas da nossa saudade: o grande comandante Nazi e sua notável tripulação - Penha, China, Juarez, Bráulio. E muitos outros, dos quais não tenho mais notícias. “O livro do Neurozito Figueiredo Barbosa é um livro de consulta sobre um pedacinho de céu que existia em Cuiabá.”


Gabriel Novis Neves

Cuiabá, 27-01-2011

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