sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

JOÃO SEM BRAÇO

Cresci ouvindo no bar do meu pai a história do João Sem Braço.

Os da minha geração conhecem bem o enredo da peça.

Para a geração dos meus filhos, a versão seria a Lei do Gerson.

A canhotinha de ouro - naquele instante de burrice que todos vivemos - como ídolo nacional, em uma publicidade afirmou que gostava sempre de levar “alguma vantagem.”

Foi um desastre para o campeão do mundo de 1970.

Para os meus netos conto a história do João Sem Braço: um cara preparado, com ótimo senso para bons negócios.


Sempre levava vantagem no que fazia.


A turma que manda politicamente em Mato Grosso, queria aplicar o golpe do João Sem Braço na presidente.


Esta, no entanto, curtida por tantos golpes que recebeu, e deu, na sua vida, identificou de imediato o João Sem Braço na frustrada expedição que estaria em Brasília.

Logo percebeu que seria vítima de uma enorme pressão no seu gabinete de trabalho com a presença de inúmeros e inexpressivos Joões Sem Braço.

Um batalhão de cinegrafistas, fotógrafos, jornalistas e aspones - documentariam e divulgariam o golpe.

A presidente, que tem demonstrado que não é facilmente enrolada, muito menos tem tempo a perder, cortou a farra, antes mesmo do decolar do jato da ex- Cidade Verde.

Pediu para o ex-médico do SUS de Ribeirão Preto, que remarcasse a visita, com apenas os dois principais caciques daqui.

Se o meu colega médico adotar o procedimento padrão para remarcar uma consulta perdida no SUS, o golpe dos espertos matutos não deu certo.

Até para o folclórico golpe do João Sem Braço, há necessidade de um mínimo de cultura para dar certo.

Ficou feio, né?

Gabriel Novis Neves

15-02-2011

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