terça-feira, 28 de setembro de 2010

CASA DA MOEDA

Não escapei de assistir ao debate político pela televisão. Se ficasse em casa, com toda a certeza teria dormido, pois o horário do “cão - bate” coincide com o do meu primeiro sono. Acontece que fui jantar com a minha linda neta loira, que comemorava a data do seu décimo oitavo ano de nascimento. Festa em casa, com jantar e telão como a grande atração do aniversário.

Nessas ocasiões o jantar é servido fora do horário habitual (não sei por que), e coincidiu com a atração da TV. Uma colherada aqui, e olhos e ouvidos lá, no telão. Ao término dos debates, uma lição ficou para mim. Nada de atitudes radicais. É saudável, mesmo sem motivação, conhecer todos os porões da vida. Esqueci do jantar, em compensação lucrei em conhecimentos gerais. A maior parte do que foi dito pelos candidatos eu desconhecia totalmente. E não é por falta de leitura, mas são acontecimentos secretos para resguardar a reputação ilibada da maioria dos endeusados pelo perfume do poder. Os candidatos prometeram tantas obras físicas para o nosso Estado, que fiquei bobo. Não sobrará nenhum problema para ser resolvido daqui a quatro anos. O Estado será comandado por um piloto automático. No ar apenas duas interrogações: não se falou em gente capacitada para pilotar tantos avanços tecnológicos e de onde virão os recursos financeiros para a construção de uma nova Dubai.

Felizmente o candidato que detém o poder, nas entrelinhas deixou transparecer que já possuía a solução! Se eleito for, o seu primeiro ato seria a criação da Casa da Moeda em Mato-Grosso. Emitiríamos o nosso próprio papel moeda, sem precisar ficar esmolando recursos e emendas parlamentares em Brasília. Com apenas onze representantes em Brasília, jamais as nossas mais puras reivindicações serão atendidas. Ainda mais agora com a Copa, onde o Estado terá que fazer fortes investimentos. As nossas possibilidades de novos empréstimos bancários estavam obstruídas. Graças a uma lei excepcional da Casa do Povo, retiramos do fundo do poço a última gota de recursos para construção de parte da Arena Pantanal.

Para fazer economia, diga-se de passagem, o nosso ponto forte, destruímos o Verdão e agora construiremos em outros locais dois centros de treinamento (exigência da FIFA). Com a notícia da criação da Casa da Moeda, aqui, fiquei mais tranqüilo para prestar atenção nas propostas. Fiquei muito satisfeito, com as intenções do governador-candidato para a área da saúde pública. Construirá em quatro anos, mais de cem Unidades de Pronto Atendimento (UPA) no Estado. Só para se orgulhar dessa proposta, o Brasil não possui hoje oitenta Unidades, em todo o seu território. E falou mais: a candidata a Presidente pelo seu partido no seu programa de governo, prometeu em quatro anos de mandato, construir, equipar e dotar de pessoal multidisciplinar para funcionar quinhentas Unidades de Pronto Atendimento no Brasil todo. Ela conhece as dificuldades financeiras e de material humano de qualidade para esse projeto. Tem mais para a saúde: o Estado irá construir vários hospitais Regionais com os recursos economizados nos últimos oito anos onde não se construiu nenhum, e tão pouco conseguiu colocar em pleno funcionamento os existentes. Aqui em Cuiabá o Estado comprou dois hospitais com pacientes e transformou-os para outros fins. Agora com a Casa da Moeda, fará até um que é da Universidade Federal, cuja obrigação é do governo federal!

Enfim foi uma noite memorável, cujo grande objetivo do debate, foi o de esclarecer ao eleitor, quem está mais preparado para o desafio de comandar o Estado, e expulsar do caminho os pessimistas de plantão. Há soluções para todos os nossos problemas. Falta é criatividade! - como essa de se criar uma Casa da Moeda, e ainda baixar os impostos.


Gabriel Novis Neves (7.5+77)

21-09-2010

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