terça-feira, 21 de setembro de 2010

Amenidades

Escrevo de tudo um pouco. Afinal o nosso dia-a-dia é repleto de inspirações. Hoje o dia está tão agradável, que resolvi escrever sobre amenidades. O clima neste instante na “sala de parto” é ameno e gostoso. Mas, esclareço ao leitor, que não se trata de amenidades no sentido de escrever sobre assuntos leves e menos árduos. Falo do meu modo de escrever.

Adotei a metodologia da amenidade ao escrever – se é que isto exista. Amenidades às vezes conduzem a certas conclusões equivocadas, especialmente para quem não vive em Cuiabá. Por trás da amenidade muitas vezes encontramos verdadeiros furacões. Relatando situações verídicas e omitindo nomes e datas, acredito estar despertando naqueles que lêem o artigo, o trabalho de pesquisar informações para entender o assunto. Isso é proposital e fere a arte de escrever, que é aquela do entendimento rápido.

A Bíblia nos ensina: “Não dê o peixe, ensine o pescador a pescar.” Não me considero nesse patamar, pois não sou esquizofrênico nem débil mental. Procuro seguir a recomendação dos cientistas políticos: o grande público necessita ser bem informado para poder escolher, diminuindo a faixa de risco para o erro. Mas, é impossível transmitir informações necessárias e suficientes para uma tomada de decisão, com limitadas linhas de palavras. É necessário que elas despertem o contraditório e a procura da tradução correta de algumas frases dúbias.

Amenidade já foi, e continua sendo, o inimigo silencioso dos poderosos. Na história recente do Brasil todos se lembram das capas dos mais importantes jornais, principalmente os de São Paulo, anunciando amenidades. Receitas de bolos. Poesias de Camões. Contos infantis. Etiquetas sociais. Longos editoriais sobre a importância da música clássica na Mesopotâmia. Corridas do jóquei eram manchetes três vezes por semana. O que poderia ser amenidade era um duro recado pelo momento em que vivíamos. Portanto, não me iludo não. Por trás das amenidades, sempre me preocupo com as entrelinhas.

Uns classificam esse estilo como bate e assopra. Outros preferem a definição do doutor Brizola: “mingau quente se come pelas beiradas.” Recentemente criaram para amenidade o estilo Paz e Amor. Não existe nenhum fato inconfessável em não citar nomes quando se escreve sobre amenidades. É questão de estilo. Só isso.


Gabriel Novis Neves ( 7.5 + 27 )

02-08-2010

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.