sábado, 25 de setembro de 2010

Tim-Tim

Estava de saída para a academia, quando ouço o Tim-Tim do meu celular. Torpedo às cinco horas da manhã? “Hi! – pensei – só pode ser coisa séria. Alguém que não pode falar enviou-me uma mensagem.” Pego o celular e, com certa apreensão, abro a mensagem e leio. Ufa! Que alívio! Era o resultado de uma pesquisa interna, feito por um candidato - e que não seria divulgada. Era apenas para orientação e correção da campanha. Mais uma vez fiquei surpreso, pois aqui do meu cantinho só sei o que todo mundo lê no jornal e na internet. Enfim, como entrei na fase da outra vida, que é o período que vivemos entre os 75 e 100 anos, não discuto nada e também nada mais me surpreende. Passei desse ponto.

Os números da pesquisa traduziam o que sinto e ouço nas ruas: haverá 2º turno nas eleições para governador, e o baixinho de Rosário-Oeste está comendo o mingau pelas beiradas e parece até senador. O pára-quedas do grande favorito, que estava nas alturas, não quer abrir e temo por uma tragédia. Como pesquisa não é uma das minhas fontes favoritas para interpretar a tendência do eleitor, procurei um professor da área para traduzir aqueles números, e as suas mais variadas curvas. Após minucioso estudo recebo o laudo do especialista em interpretar números e tendências. Coincidiam com o sentimento das ruas, tão bem captadas pela minha intuição. O professor de pesquisa política me confidenciou que o seu resultado às vezes lembra um cavalo paraguaio disputando uma parelha. Aquele, que sai na frente desembestado, correndo sem medir esforços e logo se cansa, perde o fôlego e os páreos.

No futebol a história do cavalo paraguaio é muito empregada e lembrada. Este ano no Campeonato Brasileiro, temos vários times com cara de cavalo paraguaio. Assim estão as eleições majoritárias no nosso Estado.

Lembremos algumas historinhas muito mal contadas que realmente espantam o eleitor e tornam a previsão dos resultados das eleições majoritárias ainda mais difíceis: a compra das célebres máquinas, o presente do Papai Noel; a distribuição de gasolina no nortão; o almoço no garimpo; campanha política na hora do expediente; patrimônio não declarado por ser ilegal; os empréstimos dos computadores da Secretaria de Educação para reforma na Polícia. É, tá complicado! Acho que a fumaceira que encobre todo o Estado dificulta a tal da transparência. Tá tudo tão nebuloso!

Grandes turbulências estão previstas, e não custa nada avisar: “Apertem os cintos candidatos! Vamos passar por fortes áreas de instabilidade até as eleições!”

Taí. Gostei de receber mensagens pelo celular! Ainda bem que já tive esta aula, só falta agora aprender como enviar mensagens. Mas até o final das eleições eu aprendo. Pelo jeito que as coisas andam, vou ter muitas mensagens a enviar!


Gabriel Novis Neves (7.5+79)

23-09-2010

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