sábado, 1 de maio de 2010

Cuidado!

Sou um escrevinhador do que ouço, vejo, leio, e que constitui o nosso cotidiano. Envio para alguns amigos os meus textos. A mídia publica por pura generosidade. Nunca parei para avaliar o valor literário desses textos – nem nunca me preocupei com isso. E, se brincar não possui nenhum. Mas escrevo assim mesmo, afinal não deixa de ser uma forma de comunicação. Afasto assim “a solidão, que é um bom lugar de visitar de vez em quando, mas ruim de adotar como morada”. Pertenço a um grupo de pessoas que escrevem por prazer, e tem como filosofia a interpretação da sabedoria popular, imortalizada pelos ditados populares. Às vezes, para não ofender sensibilidades, altero um pouquinho a originalidade da mensagem, mas não a sua essência. Farei isso neste artigo para me ver livre da censura, pois o assunto é importante.

Abro um site, leio a matéria e clico para assistir um vídeo do excelente jornalista Oliveira Júnior sobre a demolição do Verdão. Em três minutos, o experiente jornalista consegue massificar a justificativa oficial para a demolição do Verdão. Que coisa mais constrangedora foi a entrevista!

Indagado pelo jornalista, no gramado do Verdão, sobre a polêmica da destruição do estádio de futebol, o entrevistado respondeu mandando uma mensagem legalista, para os insatisfeitos com a sua decisão: “procurem a justiça”. Minutos antes, sem ele saber, o Presidente de Honra da FIFA condenou a demolição. A família do construtor do Verdão também. Várias pessoas anônimas nas ruas condenaram e justificaram o seu parecer. “O Verdão é patrimônio de Cuiabá”. “O Maracanã e o Morumbi sofrerão reformas que poderiam ser feitas no Verdão”. “É gastar dinheiro sem necessidade”. Foram alguns depoimentos que ouvi e guardei.

Após o conselho do mandatário da obra, imagino o constrangimento do Presidente de Honra da FIFA, procurando a justiça, assim como os anônimos cidadãos. Vai ser notícia de repercussão mundial - pelo prestígio do Havelange.

Enquanto isso... A violência em Cuiabá e Mato Grosso atingem índices insuportáveis. Caso típico de se procurar a justiça. Qual a atitude do defensor das leis? Passou longe da justiça, e foi procurar “justiça” requisitando um pelotão da polícia militar para a sua proteção. Agora, para explicar esta incoerência somente o ditado popular ligeiramente modificado: “quem não suja na entrada, suja na saída.” E que sujeira ficará na nossa memória!

Gabriel Novis Neves
21/04/2010

Um comentário:

  1. Estou indignada com a demolição do Verdão e tenho certeza de que eles iriam mudar o nome do estádio caso o nosso ex-governador não tivesse morrido...

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