sexta-feira, 21 de maio de 2010

FIDELIDADE

Com este título, muitos leitores irão pensar que vou abordar o tema traição, produto muito comercializado atualmente - principalmente neste período eleitoral. Outros com certeza esperarão a narração de uma traição carnal Rodrigueana, ou talvez a consagrada definição de Aurélien Scholi, jornalista e romancista francês: ”Fidelidade é uma forte coceira que não se pode coçar”.

A história de fidelidade que deixarei aqui registrada é a de um médico com seu Hospital! Uma verdadeira fidelidade canina! Estou falando do médico Carlos Eduardo Epaminondas. Há exatos cinquenta anos esse médico iniciava os seus trabalhos profissionais no antigo Hospital Geral de Cuiabá, hoje Hospital Geral Universitário (HGU). Está completando Bodas de Ouro no HGU! Neste meio século de trabalho foi de uma fidelidade comovente ao Hospital que o abrigou. Não me recordo de nenhuma infidelidade do Carlos Eduardo - dando uma escapadinha para atender seus pacientes fora do HGU. Nunca fiquei sabendo de nenhum fato relativo a isso. Essa fidelidade do meu colega não é conseqüência de privilégios monetários. Pelo contrário. Aquele Hospital sempre teve como característica a doação médica: servir aos pobres. O seu atestado de nascimento diz ser uma instituição filantrópica. Muitos que entraram com o Carlos Eduardo, inclusive eu, não mantiveram essa fidelidade, e até certo ponto competiram com a matriz.

“Amor é um não-sei-quê, que surge não sei de onde, e acaba não sei como” – Madeleine de Scudéry. Pronto! Descobri o motivo das Bodas de Ouro do Carlos Eduardo com o Hospital Geral! É um caso de amor! Inexplicável, misterioso e incondicional! 50 anos diariamente no mesmo local de trabalho, como “um bebê que nasce com necessidade de ser amado, e nunca supera isso”.

Parabéns Dr. Carlos Eduardo Epaminondas!

Gabriel Novis Neves
14/05/2010

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