segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

ROTINA

Falamos e reclamamos da rotina, mas não conseguimos viver sem ela. A rotina nos apresenta a ilusão do conhecido. O desconhecido sempre encaramos com desconfiança. Neste mundo de incertezas e medos que nos é oferecido, até fazer perguntas considero sair da rotina.

Chego ao Hospital e uso o estacionamento para abrigar o meu carro. Comentei com o funcionário da guarita que, o sempre lotado estacionamento exclusivo para automóveis, estava quase vazio - lembrando-me o começo do grande feriadão de final e início de ano. Por aqui o ano novo começa após o carnaval. Como resposta ele me disse que o movimento está realmente quase parando e a violência aumentando. Relatou-me que dois motoqueiros tinham acabado de entrar no estacionamento e pararam as suas motos na única porta da fechada guarita. Ao abrir a porta para informá-los que era proibido estacionar motos naquele local, “os dois jovens infratores avisaram-me que era um assalto”. Fui Imobilizado, entraram na cabine de trabalho, esvaziaram as gavetas, com pouco menos de duzentos reais, levaram dois celulares e desapareceram. Foi feito um BO (boletim de ocorrência) na Delegacia Policial mais próxima. As providências a serem tomadas serão as de sempre: não temos viaturas, não temos gasolina, não temos pessoal, não temos salários dignos e nem interesse em procurar os assaltantes.

Este é o quadro da nossa segurança pública para a Copa do Mundo. É só abrir os jornais pela manhã que o sangue começa a escorrer. Tiros, facadas, pauladas e todas as mais modernas modalidades de assalto.

O que fazer, perguntam-me? Aguardar o próximo horário político eleitoral onde todos os nossos problemas serão resolvidos pelos “empreendedores” de plantão.

Gabriel Novis Neves
23/12/2009

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