segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Quero ser especialista

O mundo hoje é dos especialistas! Todas as profissões possuem especialistas, e até micro- especialistas. Sou de uma época em que as coisas eram mais simples, não tínhamos especialistas, e as profissões que se destacavam eram as de médico, advogado, engenheiro, professor, militar, funcionário do Banco do Brasil e padre.

Hoje, diante de tantos especialistas, eu vou me apelidar de cronista - para definir o que escrevo e alguns lêem. O cronista não cria nada, tudo que escreve é baseado em fatos que ouve, lê ou vê. São coisas banais do nosso cotidiano, vistas de forma especial pelo cronista. O cronista não inventa nada e protege os seus personagens mantendo-os no anonimato, e assume muitas vezes o papel deles.

Acho que eu, como cronista, irei me especializar em escrever sobre amenidades: solidão; a moça da blusa azul; ilusão; o clube do sábado; a saideira e outras classificadas por uma leitora, como o trivial. Prometo, ou melhor, quero prometer, não ultrapassar essa faixa e esquecer o resto. É impossível escrever o que vemos diariamente: países sendo destruídos pela natureza, homens destruindo a natureza, nações ricas matando pobres, pobres matando ricos, os terríveis esbanjamentos de recursos pelos governos, etc...

Em Dezembro o Senado pagou indevidamente, de horas extras aos seus apaniguados, o suficiente para se construir um moderno Pronto Socorro em Cuiabá, além de fornecer recursos para não fechar o único hospital federal aqui existente. Estão sendo gastos um mundão de dinheiro público para custear propagandas políticas prematuras, contrariando a legislação vigente. O pagamento generoso às agências de publicidade, para vender ao eleitor, alhos por bugalhos.

Os mandatos do presidente e governadores estão se exaurindo. Como diz aquele ex-governador, a esta altura, quem bejô, bejô, quem não bejô não beja mais.

Ontem no barbeiro, ninguém soube responder sobre uma obra, ou ação importante, realizada em Cuiabá nestes últimos anos. No passado herdamos importantes legados. Foi citado a UFMT, o Centro Político Administrativo e de lambuja o Verdão, a Estação Rodoviária, a Cidade do CPA, pontes sobre o rio Cuiabá, o cuidado com o saneamento básico, início do Hospital Central, criação de bairros-cidades, e porque não, a UNEMAT. O engraxate que a tudo ouvia acrescentou: a demolição do Verdão. Aplausos.

É melhor escrever sobre o córrego da Prainha, o tanque do Baú, a Turma do Morro e do Jacildo e seus Rapazes.

Quero ser especialista.

Gabriel Novis Neves
15/01/2010

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