quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

A prisão da Adriana

Assim como existe a morte programada, temos agora uma novidade: a prisão programada. A jornalista proprietária do “prosaepolitica” será presa. A polícia, com certeza, terá que enfrentar dois problemas: alojar a inquieta moça e acalmar a numerosíssima família, (consanguínea e não-consanguínea).

Adriana possui hábitos não muito compatíveis para ser hóspede de uma cela prisional. Vejamos alguns: não tem a mínima disciplina em respeitar horários para as atividades essenciais, (acordar, dormir, descansar, comer, etc.); gosta muito de conversar pelo telefone, - proibido nas casas de reeducação para os marginais; escreve o dia todo; adora ler histórias em quadrinhos; não é de levar desaforo, no caso, para a cela. Fico preocupado com a possível rebelião que ela poderá comandar no Pascoal Ramos, contra a censura que lhe foi imposta ferindo o seu direito constitucional de livre pensamento e expressão - já que falar dá cadeia.

Conheço bem a Adriana, e, por motivo de segurança, deverá ser transferida para o presídio de segurança máxima de Campo Grande-MS. Não irá de avião por opção pessoal. Prefere trafegar pelas excelentes rodovias construídas e mantidas pelo DNIT. Quem conhece bem o motivo alegado para a decretação da sua prisão preventiva em cárcere privado, entenderá com facilidade esta sua escolha rodoviária.

Em Campo Grande estará em contato (espiritual) com a plebe da bandidagem. Estão por lá: Comendadores, Beiras Mares, Comerciantes de pó, Industriais de material bélico e Proprietários de grandes bancos. A nobreza desta fauna está em Brasília, trabalhando nas esculturas do nosso eterno arquiteto.

Estou preocupado com o futuro da Adriana, e como moro só, conversei com minha auxiliar, que há quarenta anos gerencia os meus problemas domésticos. Ela conhece a jornalista desde criança e tem por ela uma enorme admiração - inclusive trocam emails íntimos. “Baixinha! (nome carinhoso pelo qual trato a minha auxiliar) A situação é séria!” Falei. Ela me responde dizendo que o que tenho que fazer é provocar a minha prisão para ficar no mesmo presídio da Adriana. Além do consolo familiar, prestaria serviços médicos em uma emergência. Respondi a minha confidente doméstica que não é fácil ser preso neste país. Prontamente a Baixinha retruca: - O senhor nem parece que tem estudo! Escreva tudo o que ela publicou, e que motivou a sua prisão, que o senhor será preso. E finaliza: eu confio na justiça da nossa justiça. Encerrou a conversa e foi assistir ao Big Brother Brasil 10.

Gabriel Novis Neves
26/01/2010

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