quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

COMUNICADO

Há dias quero transmitir aos amigos e amigas, uma séria decisão que tomei com relação a uma viagem que pretendo fazer. Já comprei a passagem em prestações (20 anos para pagar), pois é caríssima! Consegui lugar na aeronave só para final de março, assim mesmo por desistência de um passageiro. Pretendo ficar por lá um bom tempo, até passar este tsunami de besteiras que assolam este país e este Estado.

A decisão foi tomada em dezembro, quando recebi a visita de um amigo que mora lá e veio passar alguns dias por aqui. Conversando com ele fiquei sabendo das maravilhas desse mundo que descobriu. A viagem é um pouco cansativa, mas a ambientação é rápida. O clima é maravilhoso! A cidade encantadora: tranqüila, pouquíssimos moradores, lugares alucinantes para passeios e vista fantástica da Terra. Diz o meu amigo que o Gagarin, astronauta russo, o pioneiro em vôo espacial, ficou deslumbrado quando viu a bolinha azul e exclamou: “A Terra é azul!”.

O ponto mais atraente da minha futura residência é esta visão da Terra azul, sem guerras, sem mortes, sem misérias, sem destruições, sem desigualdades sociais, sem maldades. O único meio de transporte lá é o cavalo de São Jorge. Noticias de Cuiabá, só de trinta em trinta dias. O estresse inexiste por aquelas bandas. Enquanto isto, por aqui, a vida está simplesmente insuportável! Palavras modernas são utilizadas para dizer nada, sendo que a mais usada no momento é avançar. Como sou oficial da reserva do Exército Brasileiro, avançar significa chegar perto do objetivo proposto, muitas vezes guiado pelo velho “azimute”. Investimentos aqui na Terra são considerados aqueles que o asfalto propicia para caminhões passarem. Recursos para educação não são investimentos e sim despesas. Fazer alguma coisa na área social é pegar dinheiro da Caixa Econômica Federal para a construção de conjuntos residenciais com casas tipo caixas de fósforos para a população pobre morar – geralmente batizado com nome de pessoa desconhecida. Avanço na educação é reformar escolas e não salários e condições de trabalho aos professores. Na área de segurança o tal do avanço é prender bandidos e depois soltá-los. Construir presídios - e não investir um vintém na prevenção do crime. Com que satisfação eu fiquei sabendo que em 2003 tínhamos três mil ladrões de galinhas presos e hoje 12 mil! Os outros? Estão trabalhando por conta própria para o desenvolvimento do Estado. Em 2003 tínhamos apenas um helicóptero, agora temos dois. Aumento de cem por cento na área de segurança pública. Não se fala uma linha no avanço da saúde pública, onde os números são bem significativos. Avançamos muito na diminuição de leitos hospitalares, no número de mortes pela dengue, nas filas de atendimento médico e no aumento do número de ambulâncias.

Diante de tantos avanços, e enquanto as coisas por aqui estiverem neste nível, vou mudar de ares. Ah, o pior é que, além de não satisfeitos com tantos avanços, ainda estão pretendendo a sua continuação com o próximo governo.

Ah, não é mole! Irei morar na Lua.

Gabriel Novis Neves
26/01/2010

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