segunda-feira, 22 de novembro de 2010

ASSALTO

Existem vários tipos de assaltos. Fui vítima de um assalto atualmente muito comum na nossa cidade - o assalto comercial. A violência de que fui vítima foi em uma loja dita granfina, localizada na área nobre da cidade, ao lado esquerdo de um hotel cinco estrelas.

Tinha lido e ouvido relatos de vítimas de mais essa violência e nunca pensei que um dia pudesse ser uma delas.

É horrível saber que você está sendo assaltado e que nada possa fazer para garantir os seus direitos, ou que possa muito pouco, ou com a rapidez necessária. O consumidor de um modo geral, e eu me incluo entre eles, é de uma ingenuidade celestial!

Eu acreditava em nota fiscal, prazo de garantia para o produto adquirido, assistência técnica especializada. Acreditava ainda na credibilidade de certas firmas.

Com base naquelas crenças, e por indicação de pessoas entendidas da área, fui a uma loja comprar um aparelho eletrônico. Comprei, fui para casa e ao ligar o aparelho detectei que ele estava com defeito. Voltei à loja para que ela tomasse as devidas providências. Após verificarem o problema no aparelho, fui informado que a loja não possuía assistência técnica e nem autonomia para trocar o aparelho. O certificado de prazo de garantia por um ano terminou no momento da compra. A loja que me vendeu o produto, nada tinha a fazer. A culpa toda foi minha, assim como o ônus do prejuízo.

Que decepção! Acho, ou melhor, tenho certeza de que fui mais uma vítima de propaganda enganosa. Seria tão fácil resolver o meu problema! Era só trocar por outro aparelho novo. Mas não. Certos comerciantes seguem a lei do crime contra o consumidor atraído por lucros pecaminosos.

Sei que estou amparado pelo Código de Defesa do Consumidor. Tenho o direito de exigir um aparelho novo. O PROCOM está aí para isso mesmo. Se registrar uma queixa a firma é notificada. Mas parece que já estou vendo a situação se formando: não haverá acordo na reunião de conciliação e o processo vai para o juizado de pequenas causas. A marcação da audiência provavelmente acontecerá daqui a três meses, se não for adiada. Também não haverá acordo. Resultado: aborrecimentos, aborrecimentos e mais aborrecimentos.

Difícil é ser questionado por um jovem, se vale a pena ser honesto neste país. A resposta é desconfortável, obrigando-me a uma ginástica ética. Geralmente respondo para não seguir os exemplos presentes e para que tenha esperanças de dias melhores, onde pelo menos os direitos do consumidor e do trabalhador serão respeitados.

O assalto comercial sem punição é mais um desserviço à cidadania, vítima do egoísmo da sociedade de consumo nesta aldeia global.


Gabriel Novis Neves (7.5+135)

18-11-2010

Um comentário:

  1. Tiro certeiro, Dr. Gabriel. Já passei por situação semelhante, fui ao Procon Municipal e o resultado final é esse mesmo. De fato,aborrecimentos, aborrecimentos e tome aborrecimentos. A melhor solução para esse estado de espírito é contabilizar o problema em L & P (lucros e perdas).

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