quarta-feira, 24 de novembro de 2010

SUSTO!

Estava com um cajado matando dois coelhos. Tomava o meu café da manhã e assistia pela televisão ao noticiário. Ouço uma notícia que me fez desistir do café. A reportagem informava que a nossa Assembléia Legislativa gastava proporcionalmente mais, em recursos financeiros, do que a de São Paulo. Só um detalhe: São Paulo, além de ser o mais rico e populoso estado do Brasil, possui o quádruplo do número de deputados de Mato Grosso.

A Assembléia Legislativa não é nenhuma Casa da Moeda. Não fabrica o dinheiro que necessita. O dinheiro é repassado pelo Governo do Estado – e bota dinheiro nisso! Agora, pelo montante repassado, o Governo Estadual deve ter a Assembléia Legislativa em alta conta, prioridade mesmo! Supervalorizada! A Assembléia humildemente aceita o dinheiro. Para outros setores, especialmente educação e saúde, são repassados percentuais de recursos inferiores aos que manda a Constituição Brasileira. Uma lástima!

O Poder Executivo repassa migalhas para a educação, e o resultado está aí para nos humilhar. O Estado do maior repasse para o Legislativo ocupa a vergonhosa 22ª posição em termos de educação – conforme nos informa recente teste educacional. Damos pouco valor à educação, e “os pais de alunos em escolas públicas estão satisfeitos com o que seus filhos recebem ali”.

Infelizmente não há nenhum indicativo de que a nossa educação vá melhorar. Os generosos recursos públicos repassados não são suficientes para melhorar a nossa educação. Enquanto isso o Estado continuará formando, em todos os níveis, analfabetos funcionais. Somos campeões mundiais nessa “especialidade.”

Esta é a dura realidade da nossa educação. Aliás, sei que não estou falando nenhuma novidade.

Não é a primeira vez - e com certeza não será a última – que abordo esse assunto. Podem até me chamar de repetitivo, mas não consigo controlar a minha repulsa e indignação frente a essas notícias! Eu considero um verdadeiro deboche para com a população. E, de tão sofrida, a população do meu Estado deveria merecer por parte dos governantes um pouquinho mais de respeito. Mas, não. Querem porque querem provar que a educação vai muito bem, obrigado - isto sem falar da saúde. Esperam que a população engula, e acredite, que a nossa precária educação melhorou muito nos últimos anos. Os indicadores de convencimento utilizados pelo governo são, sempre, físicos. E haja ladainha numerológica, referindo-se ao aumento de salas de aula e professores. Citações que as escolas, na maioria, possuem quadras de esporte cobertas. Que possuem computadores. Que não existe nenhuma criança fora da sala de aula. Para o governo, esses dados são sinalizadores de que a nossa educação melhorou e avançou, omitindo até mesmo o crescimento populacional e de impostos, no Estado. Mas, quão longe estamos dessa realidade!

Precisamos urgentemente da generosidade concedida pelo Governo ao Poder Legislativo. Enquanto a carreira do professor for bico, a nossa educação, com relação a sua melhoria, será apenas, e tão somente, meros dados estatísticos desmoralizados. O professor valorizado é sinal de qualidade de ensino. A promoção automática do aluno no ensino fundamental deveria ser como manda a lei e não como está sendo feita. Isso implicará em aumentar salas de aulas e contratações de professores.

E a questão dos repasses, hein? Como é que fica?


Gabriel Novis Neves

22-11-2010

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.