sábado, 13 de março de 2010

MORTO VIVO

Não tenho ilusões! Tenho esperanças! - e só deixarei de tê-las com a minha mudança para o plano espiritual. Procuro viver a minha vida verdadeira, e não a vida inventada - desejo de muitos.

Ambição? Tenho. Não nego, desejo acrescentar muitas vidas aos meus dias. Vaidade? Só de me sentir útil à sociedade. Poder? Somente o poder de expressar livremente o que penso - que não representa, necessariamente, a opinião de todos. Errar? Procuro evitar o erro de todas as maneiras - embora “errar seja humano”.

É neste mundinho, com meus poucos e escolhidos amigos, que vou tocando o barco da minha existência. Aqueles que fazem essa opção de vida, longe dos holofotes, são considerados por muitos, como mortos.

Sou médico e não desaprendi a fazer o diagnóstico da morte física, mental ou emocional. Sei que estou vivo - e muito bem obrigado. Algumas pessoas crêem que estou morto. Entretanto, às vezes, me surpreendem tratando-me como se vivo fosse. A esta contradição costumo chamar de “morto-vivo”.

Os últimos acontecimentos ocorridos na minha vida, principalmente na área da minha profissão, me deram a certeza de que a vida continua plena em mim e que gozo de perfeita saúde física, mental e emocional. Qualquer movimento que faço com o meu velho esqueleto, ou com a minha mente, aqueles que me consideram morto, estão sempre de plantão para: lerem o meu pensamento e falarem por mim. Começo a desconfiar que, para essas pessoas, além de vivo, sou considerado uma pessoa importante, poderosa e incomodativa.

O único poder que reconheço que tenho, e que nunca vou perder, é a herança de caráter que herdei dos meus pais.

O resto - aprendi com a vida.

Gabriel Novis Neves
Cuiabá, 14/12/2009

Um comentário:

  1. Esse poder herdado de seus pais é mais forte e escasso nos dias de hoje.
    Deus lhe conserve sempre poderoso e incomodativo.

    Beijos

    Lucía

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