terça-feira, 30 de março de 2010

Venda de almas

Nos classificados dos jornais encontramos os mais variados e estapafúrdios anúncios. Nesta época eleitoral, o produto mais anunciado é a venda de almas. Até o velho caçador de marajás foi procurado em Brasília por um comprador de almas - conforme nos informa um site da cidade. Com o prestígio de um passado de lutas, o criador dos caras pintadas, está sendo pressionado a pressionar o cantor de óperas a vender a sua alma para apoiar o vice que deseja ser titular.

Dos hábitos antigos, o velho caçador de marajás, só abandonou as corridas das domingueiras - para o Fantástico - e os esportes radicais aéreos. Os outros continuam os mesmos. Como custa caro esse poder exercido pelo poder! Demonstra claramente a todos, que existem candidatos que desejam retirar a sua alma e comprar uma nova, para usar na campanha. O prazo de validade de uma alma comprada, não dura mais que nove meses. Depois deste período faz-se o reimplante da alma original, proibida de ser exposta agora.

Deve ser engraçado assistir a um comício no CPA, com artistas globais da época delle, acompanhado do patrono de formandos de um curso de administração de Goiânia. Do comandante corretor das empresas multinacionais. Do premiado do Programa Pânico com a turma das ambulâncias, todos falando bem do homem que trocou a alma, e deseja ser titular. Este é o cenário que vivemos ultimamente.

No exterior a situação do nosso país é simplesmente ridícula. Para consumo externo, e principalmente interno, contratos milionários são realizados com agências internacionais para produzirem notícias favoráveis ao Brasil em todo o planeta. Tudo trabalho do eficiente chefe dos seqüestradores do Embaixador americano.

E aqui na terrinha? Alguém ainda acredita nesses pacotes que estão sendo oferecidos? Alguém ainda tem paciência para ouvir promessas que jamais serão cumpridas? Alguém ainda suporta ver este Estado ser totalmente loteado, e ocupado por pessoas na sua maioria despreparadas e indicadas apenas por critérios políticos? Está muito caro para o trabalhador brasileiro, este modelo colonial de capitanias hereditárias, mantidas pelo tesouro nacional. Apresentem-se candidatos de almas não clonadas, capazes de, com emoção verdadeira, trabalhar e amar a sua gente.

Gabriel Novis Neves
19/03/2010

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