quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Nem falo mais

Esperava encontrar nas primeiras páginas dos jornais, manchetes sobre a maior expressão da arte popular brasileira que é o carnaval. Para a minha decepção, o assunto é nosso velho conhecido: a saúde pública, melhor dizendo, o caos na saúde pública. Desta vez as vítimas são os hospitais filantrópicos de Mato Grosso, que sofrem a maior crise financeira da sua história. Mais uma conquista para o livro dos recordes. Os hospitais filantrópicos, que ainda não fecharam as suas portas, estão com os seus dias contados.

A incompetência da gestão estadual e a posição ridícula do Ministério da Saúde - com as suas tabelas de pagamento de procedimentos médicos hospitalares - contribuem decisivamente para a falência da saúde no Estado, e principalmente, na mãe Cuiabá. Sem investimentos do governo na saúde, e o inexplicável silêncio das nossas autoridades maiores, o prognóstico é o pior possível para os pobres. Os ricos e os funcionários públicos do primeiro escalão jamais enfrentaram uma fila do SUS, muito menos um procedimento médico da rede pública, por isso estão se lixando para essa situação, Quando aparecem em um hospital filantrópico é para receber falsas homenagens. Por qualquer “unha encravada” vão para São Paulo, por nossa conta. Essas autoridades não sabem que só aqui em Cuiabá, para não fecharem as suas portas, os hospitais filantrópicos deixaram de oferecer à população pobre quinhentos leitos.

Nestes últimos anos a preocupação maior do governo foi com algumas estradas, tapando buracos de umas, asfaltando outras. Ah, sim! A demolição do Verdão, caiação de alguns prédios históricos e o loteamento político da administração estadual e municipal, também fez parte das prioridades do governo.

E a saúde gente! A dengue tomou conta do Estado, apesar dos esforços dos coronéis da nossa polícia. Tenho conversado com vários segmentos da nossa sociedade, especialmente aqueles que utilizam os serviços dos hospitais filantrópicos. A opinião dos esquecidos não é nem um pouco favorável aos homens do governo, que são candidatos. Não falo mais em saúde!

A nossa salvação para resolver o problema da saúde é o dedinho na tecla da máquina de votação.

Gabriel Novis Neves
16/02/2010

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