quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

COPA DA ÁFRICA

Logo que Cuiabá foi escolhida como uma das subsedes da Copa de 2014, uma enorme comitiva oficial foi à África do Sul. Segundo o Informativo do Governo cerca de trinta e seis pessoas integravam a comitiva - todas com funções bem definidas. O objetivo principal era aprender com os africanos as técnicas de segurança de massa. Vários militares da comitiva voltaram impressionados com tudo que viram, e classificaram a viagem como oportuna, necessária e imprescindível. As organizações por eles visitadas e estudadas exaustivamente marcariam um divisor no torneio internacional: antes e depois da Copa da África. Aqui na terrinha alguns pessimistas questionavam essa extravagante viagem – “porque não visitar a Alemanha? O último evento realizado por lá foi impecável.” Os palpiteiros locais foram classificados de “desmancha prazer”.

Recentemente o técnico da seleção brasileira, com a sua habitual sinceridade, declarou que a Copa de 2010 – na África do Sul - passará à história como a Copa do Fiasco. Faltam apenas quatro meses para o seu início e a FIFA colocou à venda 450 mil ingressos. Até agora apenas 250 mil foram vendidos. Há ingressos sobrando para todos os jogos, inclusive para o da decisão. (Na Alemanha, a um ano da realização da Copa, não havia mais ingressos para vender.) E sabem qual o principal motivo para esse desinteresse? A absoluta falta de segurança pública! A África do Sul e as suas cidades sedes possuem índices de violência semelhantes aos do Brasil. A rede hoteleira é extremamente deficiente para o grande evento. Não existe transporte coletivo, nem para a demanda normal. Os preços da estadia e alimentação são proibitivos para o torcedor de futebol. E existem ainda 200 mil ingressos a serem vendidos!

O nosso técnico pode não ser simpático, mas conhece o mundo e os subterrâneos do futebol. Já decretou o vexame da próxima Copa na África pela precariedade da sua organização – aquela que tanto encantou a nossa delegação! O gaúcho de cabelo arrepiado declarou que, entre outras coisas, a falta de segurança irá prejudicar a Copa no Brasil. Alertou também que algumas cidades brasileiras que foram escolhidas por critérios políticos, no momento não têm a menor possibilidade de abrigar uma competição desse porte. Não quis dar o nome das cidades – lógico, ele não é bobo nem nada! Nem precisava né? Todos sabem quais são...

Essas, e outras advertências, me deixaram com a pulga, mais ainda, atrás da orelha. Essas informações, advertências, ou como vocês desejarem chamar, só pode ter um endereço certo: com a palavra então, a quem de direito.

Gabriel Novis Neves
20/02/2010

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