domingo, 7 de fevereiro de 2010

ALMOÇO

Estatísticas apontam que os grandes negócios, acordos, compromissos amorosos, acontecem em um almoço. “O peixe morre pela boca”, diz o ditado popular. Quantos casamentos tiveram seu início em almoços salvadores da dor da barriga vazia?

O almoço é a instituição das decisões. Quanto melhor o cardápio, mais correta a decisão tomada. Nesta estatística não incluo o almoço familiar, muitas vezes centro de competições e desavenças.

Participei de um almoço no domingo. O ambiente da comilança foi o mais agradável possível. Senti que não importunei os anfitriões, nem eles a mim. A comida foi feita a minha vista e, pelos donos da casa. O “refresco” servido foi aquela “redondinha” bem geladinha.

Diante deste cenário perfeito é quase impossível dizer qual foi a melhor parte do almoço. Mas houve a melhor: a conversa liberada sem censura. Pena que nessas ocasiões o tempo passa tão rápido! Era muita conversa para quatro horas (apenas!) de almoço! Troquei a minha sobremesa por mais um pouquinho de conversa.

Para esticar o tempo instituí na minha casa o café da manhã. A conversa começa mais cedo e escorre até ao anoitecer. Assim mesmo nunca consegui finalizar o tema da pauta da conversa do dia. “Precisamos conversar!”, brada o filósofo do bairro Universitário ao se despedir. Concluo: nós que não temos o poder, precisamos, e muito, conversar, fazer vigílias e ficar atentos. Os “nossos adversários” só fazem conversar.

O Presidente do Brasil, os Governadores, os integrantes do Congresso Nacional e das Assembléias Legislativas, serão substituídos em menos de um ano. Temos que conversar, trocar opiniões e impedir, através do voto, o retorno “daqueles” políticos que nos traíram. A luta pela sobrevivência consome todo o tempo e a energia do brasileiro. Além do mais, os que estão interinamente no poder, possuem recursos para manipular as notícias.

Daí a importância do café da manhã, do almoço e, para o bem deste país, até do chá da “noite”. Vou começar a participar deste tipo de almoço e café da manhã. Na hora do chá, estarei dormindo.

Pelo menos, a utopia por dias melhores, produzida por essas conversas, não me fará sofrer por antecipação.

Gabriel Novis Neves
09 de Novembro de 2009

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