sábado, 20 de fevereiro de 2010

EU NÃO SOU TORCEDOR

Quando opino nos meus artigos, não extravaso a paixão de torcedor por clubes ou jogadores. Passo para o papel o que vejo e ouço. Times só têm o Botafogo no qual não vejo defeitos. Após aqueles 6 x 0 do Vasco, justifiquei aos meus adversários, que tudo não passava de uma armação dos jogadores, para devolver o técnico do Barueri e trazer o poliglota Joel Santana. Eliminamos o super-mascarado ex-timão Flamengo.

Hoje o percurso da minha caminhada diária e matinal estava limpo - com alguns pinguinhos de falta de educação do seleto público que por lá transita. Mas, tudo bem, estava limpo. Porque então não comentar? Já me queixei muito da imundície, agora que vejo tudo limpo me calo? Não sou torcedor de partido político e muito menos dos transitórios ocupantes do poder.

Esse hábito de torcedor que conquistamos e prezamos com muito zelo, vem desde o Brasil colônia e perdura até os nossos dias. Fomos descobertos “oficialmente” em 1500 pelos portugueses. Mas estas terras já eram habitadas e tinham os seus donos. A primeira providência do invasor europeu foi tentar escravizar os índios. Barbaridades foram cometidas contra eles, mas não se deixaram escravizar. Na falta de mão de obra foram à África e trouxeram os negros, que aqui foram comercializados e ganharam proprietários, quer dizer, foram escravizados. Em 13 de maio 1888, foi decretado oficialmente o fim da escravidão. Também é bom relembrar duas datas históricas apenas de validade oficial: a Independência do Brasil em 1822 e a Proclamação da República em 1889. Tudo de validade apenas no diário oficial.

Apesar dos esforços dos nossos jesuítas, continuamos a tomar terras dos nossos índios, a escravidão continua mais intensa do que antes do ato da princesa Isabel - o Brasil só será independente se investir em ciência, tecnologia e educação. Os princípios republicanos há muito foram para cucuia.

Como somos iludidos por artimanhas usadas pelos inescrupulosos! Estamos começando o ano letivo, a cidade está inundada por cartazes anunciando cursos de pós-graduação. Com o mínimo de informação, qualquer cidadão com graduação sabe o que é pós-graduação. Esses cartazes mentem no sentido criminoso de enganar, iludir e tomar dinheiro dos inocentes. À vezes usam até siglas estrangeiras como o MBA. Aqui, esses cursos funcionam com uma carga horária fantasia e geralmente só em finais de semana. Nos Estados Unidos os alunos de MBA ficam em tempo integral na universidade. Aqui a maioria dos cursos funciona de forma clandestina, e fornece certificados caríssimos que em nada contribuirá para a melhora do futuro do aluno. Como é difícil mudar a cultura de um povo! São necessários séculos, e às vezes nem assim se consegue!

Após ter lido o depoimento de uma autoridade de nosso Estado, em que dizia que certas coisas em períodos não eleitorais são normais e no período pré-eleitoral são crimes, vejo que cada vez mais, nos aproximarmos do Brasil de Pedro Álvares Cabral.

Gabriel Novis Neves

17/02/2010

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