Numa noite tranquila de domingo, sem muito o que fazer, naveguei pelo Youtube e encontrei um vídeo da TV Universitária sobre o local escolhido para a implantação da nossa querida UFMT.
O passeio começa pela guarita da Avenida Fernando Corrêa, tratada como se fosse a entrada principal da universidade.
Senti falta de referências importantes, como a escultura de Wlademir Dias-Pino, marco simbólico e artístico da Cidade Universitária, carregada de significado.
O narrador observa, com razão, que Cuiabá é uma cidade quente e que o campus é bastante arborizado.
O que não se diz é que aquelas árvores não nasceram ali por acaso: foram plantadas, uma a uma, sobre o antigo cerrado do Coxipó.
Ao longo da apresentação, percebe-se como o tempo transforma os lugares e, por vezes afasta a universidade de sua comunidade.
O antigo zoológico universitário foi fechado; a piscina, antes frequentada por visitantes com carteirinha de saúde, hoje permanece silenciosa.
O chamado casarão, aparece nas imagens, mas sem a explicação de sua origem: construído pelo MEC para formar professores da rede pública, ali eles estudavam, se alimentavam e moravam.
O vídeo mostra também o Teatro Universitário, porém deixa de registrar detalhes simbólicos que fazem parte de sua história.
O mesmo acontece com as antigas sedes da Reitoria, sendo a atual, provisória, instalada na Biblioteca Central, há mais de quatro décadas.
Ainda assim, prefiro acreditar numa utopia possível: a de uma universidade que abraça sua cidade, preserva sua memória e conta sua própria história com o cuidado que ela merece.
Campus não é só prédio e árvore.
É gente, memória e significado.
Gabriel Novis Neves
30–11–2025
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