Cumprimentar alguém conhecido é um gesto elementar de boa educação.
Quando ele falta, instala-se uma sensação de indiferença, quase sempre acompanhada de estranhamento e mudança de comportamento.
A educação se aprende em casa; o ensino, na escola.
É possível ter sólida formação universitária e, ainda assim, carecer de boas maneiras — como ocorre o inverso.
O cumprimento, afinal, funciona como um cartão de visitas: diz muito sobre quem o oferece, mesmo antes de qualquer palavra.
Há inúmeras formas de cumprimentar.
Um simples bom dia, boa tarde ou boa noite. Um aperto de mão, um abraço apertado, um beijo no rosto, ou apenas a aproximação respeitosa dos rostos.
Cada gesto carrega consigo um sentido e uma intenção.
Os mações têm seus sinais próprios, discretos, marcados por toques dos dedos.
Os militares se cumprimentam e se despedem pela continência.
Os religiosos trocam pequenas orações.
As crianças, com as mãos postas, pedem a bênção.
Cada país, cada cultura, guarda sua forma de saudação, sempre como expressão de respeito.
A educação — antigamente chamada de boas maneiras — transformou-se muito ao longo do último século.
Com a globalização, as sociedades se aproximaram e muitos conceitos se tornaram universais.
Nesse movimento, diversas tradições foram se perdendo, e o modo de cumprimentar talvez seja uma das perdas mais sensíveis.
Hoje, multiplicam-se os gestos rápidos: um simples ‘oi’, um aceno distante, um polegar erguido indicando que está tudo bem.
Mas o cumprimento que não veio, quando esperado, não passa despercebido.
Ele é sentido.
Às vezes, a ausência de um cumprimento soa como rompimento silencioso de uma amizade longa, sem explicação ou motivo aparente.
Para os idosos, isso machuca ainda mais.
Cumprimentar alguém conhecido é um ato primário de civilidade.
Sua falta provoca inquietação, podendo até levantar suspeitas de doença, distração excessiva ou distúrbio de comportamento.
Quem fica sem o cumprimento esperado carrega consigo a dúvida — e, muitas vezes, a dor.
Gabriel Novis Neves
08-12-2025
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