Antes
pouco valorizada, a gastronomia finalmente
entrou no currículo dos cúmplices com o bem viver.
Nada
mais justificável, já que o comer é o mais longo dos prazeres.
Sempre
admirei a arte de misturar ingredientes e transformar a simples refeição do
dia-a-dia num manancial de descobertas para os paladares mais requintados.
Finalmente
estamos vivendo um momento em que jovens
criativos, oriundos das mais diversas classes sociais, se esmeram cada vez mais
na descoberta desses tesouros da vida. Tal como no cinema, efeitos especiais
dos mais diversos, faz, por exemplo, do jiló, uma iguaria dos deuses.
Que
bom que esse movimento esteja ocorrendo!
Talvez até como compensação aos nossos desencantos com os setores mais
triviais da nossa existência.
O
ser humano está sempre buscando através da razão formas compensatórias que
passem a dar sentido à sua sobrevivência na Terra.
A
arte do bem comer parece estar sendo uma delas.
A
quantidade tem sido
progressivamente substituída pela
qualidade - pelo excepcional requinte no
preparo de pequenas porções.
Movimento
que surgiu há séculos na França, conhecida por sua culinária sofisticada,
imediatamente se alastrou pelos países da Europa, tendo seu ponto máximo na Espanha e chegando ao Brasil dos nossos
dias.
Grandes
chefs, de ambos os sexos, jovens e belos, têm transformado o perfil dos
restaurantes tradicionais. Mesmo os
chamados antigos botequins já são catalogados por suas especialidades
populares, porém requintadas.
Que
bom que as frustrações da humanidade têm
encontrado substituições viáveis para as suas necessidades fantasiosas de
prazer!
Importante
notar que uma arte, antes elitista, vem tomando corpo nas classes menos favorecidas,
já que inúmeros programas televisivos vão sendo divulgados cada vez em maior
quantidade, inclusive no Brasil.
Não
deixa de ser uma forma de cultura num país tão aviltado pela descrença em seus
outros valores.
Gabriel Novis Neves
17-01-2014
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