quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

MÁQUINA PERFEITA

Os valores morais éticos adquiridos na infância nos acompanham por toda a nossa vida. Todo o resto é passível de reavaliações na fase adulta, inclusive os conceitos religiosos.
Sem o auxílio de um meio familiar atento e, principalmente, um sistema escolar atuante, dificilmente se encontrará pessoas aptas ao exercício de suas cidadanias.
Tudo que é ensinado na primeira infância se automatiza imediatamente no caráter de cada um. A relação de responsabilidade da pessoa com ela própria e com os outros, talvez seja o mais importante dos condicionamentos.
Passa a funcionar como um relógio biológico, avisando-nos, inconscientemente, das nossas tarefas e obrigações diárias.
Deparei-me algumas vezes acordando muito mais cedo do que de costume, apenas em função de compromissos assumidos anteriormente.
É como se o cérebro recebesse uma ordem e a registrasse com a precisão de um computador.
Aliás, dificilmente o homem conseguirá construir uma máquina tão perfeita quanto o cérebro, capaz de registrar tantas mudanças físicas e emocionais com tamanha eficiência.
Ficamos tão fascinados com o comportamento das pessoas dos países de primeiro mundo, que esquecendo-nos de quão fácil seria nos transformarmos em uma delas! 
As potencialidades humanas são as mesmas em todo o planeta, apenas nunca nos interessamos em desenvolver as nossas.
As potencialidades naturais, então! Dessas nem precisa se falar. Temos um país agraciado com o que de melhor existe na natureza, além de pouquíssimas catástrofes telúricas, ainda que se tripudie sobre o meio ambiente.
Território vasto, água farta, litoral abundante, a maior mata atlântica do mundo, riquezas minerais de todo tipo e um povo de boa índole, trabalhador e alegre, apesar de massacrado.
Realmente uma lástima que as elites políticas que nos governaram desde sempre, não se aperceberam, ou pior, não se importaram com a perspectiva de construírem uma nação sadia e evoluída.
Cérebros desperdiçados aos milhões pela avalanche das mesquinharias e incompetência dos que sempre estiveram no poder.
Fico imaginando o que nosso país poderia ser se sua população exercesse, de fato, a sua cidadania. Isso teria sido possível, por exemplo, se planos educacionais propostos por pessoas como Darcy Ribeiro tivessem sido postos em prática há quarenta anos.
A China é o maior exemplo que transformações são possíveis.
Quem sabe a nossa revolução educacional não deixe de ser um dia uma utopia?
A raça humana, como um todo, ainda não descobriu a sua potencialidade.
Estamos ainda na fase de transformar a natureza, esquecendo-nos que a grande transformação deverá ser a de nós mesmos, e essa não seria difícil, se bem conduzida.

Gabriel Novis Neves
13-01-2014

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