segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Caminho

Chegou o Ano Novo e todos desejam e lutam para descobrirem melhores caminhos.
Não que o ano que passou não tenha sido bom, mas estamos sempre à procura do paraíso.
E como é difícil encontrar esse caminho! Poucos são os privilegiados que já nasceram sabendo o melhor caminho para se viver.
Olhando para trás, às vezes temos a impressão de que passamos por ele em inúmeros momentos, e não o reconhecemos.
Dizem que os melhores caminhos passam por Brasília que, se ainda não é um paraíso, é uma enorme ilha de fantasias, transformando, como no carnaval, pobres em reis e princesas e milionários e políticos importantes em mendigos.
Ilha de transformação de anônimos em celebridades. De marginais em heróis. De traidores em mártires. De carecas em cabeludos. De analfabetos em intelectuais. De oportunistas em empreendedores. De empresários falidos em frequentadores da lista da Revista Forbes.
De fracassados pequenos comerciantes em eficientes e insubstituíveis gestores públicos.
De políticos sem votos - os suplentes que geralmente bancam as campanhas majoritárias - em excelências com voto no Congresso Nacional.
É a cidade dos lobistas e dos salários exorbitantes para auxiliares de administração de hotel quatro estrelas.
E se a ilha da fantasia existe com toda a sua exuberância é por cegueira mental de uma população sem educação, desassistida pela ausência de políticas públicas, formuladas pelas excelências do Planalto Central.
Essa ilha fictícia, para a maioria do povo brasileiro, tal qual as do Caribe, exporta ilusões de um país maravilha que não existe.
Seus habitantes estão tão condicionados com o caminho da felicidade encontrado que se esqueceram de procurar melhores caminhos que, com certeza, existem.
Caminhos que nos conduzam, não ao paraíso, mas à terra da justiça social, que é o verdadeiro caminho.

Gabriel Novis Neves
03-01-2014

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