Chegou
o Ano Novo e todos desejam e lutam para descobrirem melhores caminhos.
Não
que o ano que passou não tenha sido bom, mas estamos sempre à procura do
paraíso.
E
como é difícil encontrar esse caminho! Poucos são os privilegiados que já
nasceram sabendo o melhor caminho para se viver.
Olhando
para trás, às vezes temos a impressão de que passamos por ele em inúmeros
momentos, e não o reconhecemos.
Dizem
que os melhores caminhos passam por Brasília que, se ainda não é um paraíso, é
uma enorme ilha de fantasias, transformando, como no carnaval, pobres em reis e
princesas e milionários e políticos importantes em mendigos.
Ilha
de transformação de anônimos em celebridades. De marginais em heróis. De
traidores em mártires. De carecas em cabeludos. De analfabetos em intelectuais.
De oportunistas em empreendedores. De empresários falidos em frequentadores da
lista da Revista Forbes.
De
fracassados pequenos comerciantes em eficientes e insubstituíveis gestores
públicos.
De
políticos sem votos - os suplentes que geralmente bancam as campanhas
majoritárias - em excelências com voto no Congresso Nacional.
É
a cidade dos lobistas e dos salários exorbitantes para auxiliares de
administração de hotel quatro estrelas.
E
se a ilha da fantasia existe com toda a sua exuberância é por cegueira mental
de uma população sem educação, desassistida pela ausência de políticas
públicas, formuladas pelas excelências do Planalto Central.
Essa
ilha fictícia, para a maioria do povo brasileiro, tal qual as do Caribe,
exporta ilusões de um país maravilha que não existe.
Seus
habitantes estão tão condicionados com o caminho da felicidade encontrado que
se esqueceram de procurar melhores caminhos que, com certeza, existem.
Caminhos
que nos conduzam, não ao paraíso, mas à terra da justiça social, que é o
verdadeiro caminho.
Gabriel
Novis Neves
03-01-2014
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