Acabei
de ler que vários presídios na Holanda estão sendo fechados por falta de
presos. O tempo médio prisional é de três a quatro meses.
As
cadeias servem apenas para a recuperação dos infratores e, a despeito das
nossas, nunca para se tornarem fábricas de assassinos e delinquentes
contumazes.
Lá,
como o que ocorre em outros países do primeiro mundo, está sendo votada uma lei
em que o preso será obrigado a contribuir com 16 euros mensais, como auxilio à
sociedade que o mantém.
Aqui,
ao contrário, agraciamos os nossos infratores com uma bolsa-presidiário, afim
de que ele tenha mais tempo na cadeia para se aperfeiçoar nas suas práticas
infratoras.
Os
critérios de culpabilidade também são pouco definidos. Colocam-se num mesmo
saco pequenos infratores e elementos de alta periculosidade.
Dia
desses, comentários da televisão davam conta da prisão de alguém pegando cinco
reais na calçada após um acidente de automóvel. O pobre coitado, faminto,
desempregado, ao ser inquirido, alegou não saber que estava cometendo um crime.
Enfim,
fatos como esse alertam para o surreal do nosso sistema carcerário.
Cadeias
superlotadas, presos amotinados, sem tarefas definidas, cada vez mais
revoltados, tratados como feras enjauladas. Caldo perfeito para o caos e para
mais crime.
Ao
contrário, se, nessas prisões, os detentos fossem obrigados a se
profissionalizar, provavelmente estariam devolvendo à sociedade o ônus do seu
próprio sustento, usufruindo de uma ressocialização que os devolvessem em
condições de convívio social pacífico e trabalho após algum tempo.
Essa
caixa de Pandora nunca foi aberta e, com certeza, tão cedo não será, pois,
grande é o número de pessoas que se beneficiam desse caos prisional. A lista de
interessados é longa e somente uma vasta reforma judiciária traria os
benefícios desejados pela sociedade.
O
país dos privilégios das minorias está sempre priorizando os seus interesses em
detrimento dos interesses das maiorias.
Gabriel
Novis Neves
24-01-2014
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