segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Que inveja!

Acabei de ler que vários presídios na Holanda estão sendo fechados por falta de presos. O tempo médio prisional é de três a quatro meses.
As cadeias servem apenas para a recuperação dos infratores e, a despeito das nossas, nunca para se tornarem fábricas de assassinos e delinquentes contumazes.
Lá, como o que ocorre em outros países do primeiro mundo, está sendo votada uma lei em que o preso será obrigado a contribuir com 16 euros mensais, como auxilio à sociedade que o mantém.
Aqui, ao contrário, agraciamos os nossos infratores com uma bolsa-presidiário, afim de que ele tenha mais tempo na cadeia para se aperfeiçoar nas suas práticas infratoras.
Os critérios de culpabilidade também são pouco definidos. Colocam-se num mesmo saco pequenos infratores e elementos de alta periculosidade.
Dia desses, comentários da televisão davam conta da prisão de alguém pegando cinco reais na calçada após um acidente de automóvel. O pobre coitado, faminto, desempregado, ao ser inquirido, alegou não saber que estava cometendo um crime.
Enfim, fatos como esse alertam para o surreal do nosso sistema carcerário.
Cadeias superlotadas, presos amotinados, sem tarefas definidas, cada vez mais revoltados, tratados como feras enjauladas. Caldo perfeito para o caos e para mais crime.
Ao contrário, se, nessas prisões, os detentos fossem obrigados a se profissionalizar, provavelmente estariam devolvendo à sociedade o ônus do seu próprio sustento, usufruindo de uma ressocialização que os devolvessem em condições de convívio social pacífico e trabalho após algum tempo.
Essa caixa de Pandora nunca foi aberta e, com certeza, tão cedo não será, pois, grande é o número de pessoas que se beneficiam desse caos prisional. A lista de interessados é longa e somente uma vasta reforma judiciária traria os benefícios desejados pela sociedade.
O país dos privilégios das minorias está sempre priorizando os seus interesses em detrimento dos interesses das maiorias.

Gabriel Novis Neves
24-01-2014

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