terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

O TEMPO

Dizem que o tempo é o senhor da verdade. “A verdade deixa o problema no passado, enquanto a mentira deixa o problema para o futuro. Em ambos os casos, é o tempo que vai revelar a verdade ou desmascarar a mentira”, segundo o Google.
Quando o governo de Mato Grosso empurrou goela abaixo do povo o contrato com o Instituto Pernambucano de Assistência Social (Ipas) para administrar o Hospital Metropolitano de Várzea Grande, Alta Floresta e de Colider, não ficou satisfeito. Por isso fez o povo engolir também o contrato para a administração e gerência da Farmácia de Alto Custo, com aquele mesmo Instituto.
Esse projeto só foi aprovado no Conselho Municipal de Saúde graças ao voto de desempate do representante da Universidade Federal de Mato Grosso, a nossa UFMT.
A finalidade dessa ação era iniciar o projeto de privatização do SUS.
Entidades conhecedoras dos problemas da nossa saúde pública alertaram o governo sobre a aventura desastrada que seria esse caminho - o CRMMT, os sindicatos, as associações médicas e também alguns segmentos da mídia. Todos os colegiados dos cursos de saúde da nossa universidade foram contrários a tal proposta.
Pelo voto político de Minerva foi realizado o capricho dos poderosos de plantão.
O negócio não deu certo, pois não tinha condições de dar, como era de se esperar. O objetivo do contrato, diante do estado de calamidade da nossa saúde pública, era encontrar um bode expiatório, já que nada seria resolvido em benefício da nossa população mais necessitada de assistência médica e farmacêutica. Na nossa filosofia, a culpa é sempre do outro, no caso, a OSS.
Só resolveremos o gravíssimo problema da saúde pública quando os financiamentos públicos forem suficientes.
A campanha publicitária encomendada pelo governo para “esconder” a nossa realidade foi feita por uma empresa com um apresentador “global”.
Leio na Gazeta que a Secretaria Estadual de Saúde, após denúncias ao Ministério Público e, apurado os fatos, rompeu o contrato com Ipas (Instituto Pernambucano de Assistência Social).
Os problemas ocorridos neste período geraram prejuízos aos cofres públicos superiores a R$ 2.8 milhões, conforme os técnicos, só de medicamentos com prazos vencidos.
Essa Ipas continua, entretanto, “administrando” mais três hospitais do Estado.
Outras OSSs tomam conta dos outros quatro hospitais regionais deste Estado, todos com sérios problemas administrativos, e ainda recebendo com atraso o repasse de recursos estaduais para a sua manutenção.
Esse é o triste quadro da nossa saúde no Estado da Copa.
O tempo é o senhor da verdade.

Gabriel Novis Neves
30-01-2014

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