Agora
não dá mais para esconder os reais motivos dos apagões que atormentam este
país.
O
Brasil vive administrando uma das maiores crises energéticas desses últimos dez
anos.
Quando
surgiram os primeiros sinais da falta de energia elétrica dos apagões pontuais,
logo transformados em generalizados, os técnicos do governo diziam que isso era
mais um boato dos “profetas do atraso”.
Pura
invenção da extrema direita e dos saudosistas da ditadura diante de uma
esperada vitória do continuísmo do grupo do mensalão.
Com
o agravamento da situação vieram as explicações oficiais, tranquilizando a
nossa população.
Segundo
o Ministro, que herdou o ministério da atual Presidente, o Brasil tem sua rede
energética muito bem protegida para evitar uma tragédia de falta de energia em
um país em desenvolvimento.
Tudo
estava sob controle, afirmava o alto funcionário do governo.
No
entanto, na prática, os apagões se multiplicavam. Veio então a necessidade da
primeira justificativa técnica.
O
Brasil é o país dos raios, portanto, eles eram os responsáveis pelos apagões.
Devido a esses problemas meteorológicos sazonais, foi sugerida atenção especial
na manutenção dos para-raios existentes.
A
situação se agrava. Os telejornais mostram ao mundo os reservatórios e as
represas quase secos, lembrando paisagens desérticas.
O
que abastece Brasília é o mais grave, e está na zona de alerta total.
As
imagens produzidas pela televisão são assustadoras e todos viram a causa dos
apagões.
A
realidade é que o governo se distraiu investindo em tantos eventos esportivos
internacionais, como os jogos Pan-americanos - de triste recordação no
esbanjamento de recursos públicos -, Copa do Mundo e depois Jogos Olímpicos,
que deixou de investir na expansão e proteção da nossa rede elétrica.
O
Ministro afirma que o risco é mínimo para a falta de energia, só que, há uma
semana, dizia que o risco era zero.
Afirma
que “apagão é uma coisa e desabastecimento é outra”, mas em ambos falta
energia...
“Responsáveis são as condições climáticas
adversas e dependemos única e exclusivamente de São Pedro para resolver o nosso
problema.”
Basta
o Santo que edificou a Igreja Católica parar com as chuvas em Rondônia e Acre e
transferi-las para o nosso Centro-Sul desértico.
Ficamos
assim, ou São Pedro nos ajuda ou vamos para o brejo.
Gabriel
Novis Neves
15-02-2014
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