quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

São Pedro

Agora não dá mais para esconder os reais motivos dos apagões que atormentam este país.
O Brasil vive administrando uma das maiores crises energéticas desses últimos dez anos.
Quando surgiram os primeiros sinais da falta de energia elétrica dos apagões pontuais, logo transformados em generalizados, os técnicos do governo diziam que isso era mais um boato dos “profetas do atraso”.
Pura invenção da extrema direita e dos saudosistas da ditadura diante de uma esperada vitória do continuísmo do grupo do mensalão.
Com o agravamento da situação vieram as explicações oficiais, tranquilizando a nossa população.
Segundo o Ministro, que herdou o ministério da atual Presidente, o Brasil tem sua rede energética muito bem protegida para evitar uma tragédia de falta de energia em um país em desenvolvimento.
Tudo estava sob controle, afirmava o alto funcionário do governo.
No entanto, na prática, os apagões se multiplicavam. Veio então a necessidade da primeira justificativa técnica.
O Brasil é o país dos raios, portanto, eles eram os responsáveis pelos apagões. Devido a esses problemas meteorológicos sazonais, foi sugerida atenção especial na manutenção dos para-raios existentes.
A situação se agrava. Os telejornais mostram ao mundo os reservatórios e as represas quase secos, lembrando paisagens desérticas.
O que abastece Brasília é o mais grave, e está na zona de alerta total.
As imagens produzidas pela televisão são assustadoras e todos viram a causa dos apagões.
A realidade é que o governo se distraiu investindo em tantos eventos esportivos internacionais, como os jogos Pan-americanos - de triste recordação no esbanjamento de recursos públicos -, Copa do Mundo e depois Jogos Olímpicos, que deixou de investir na expansão e proteção da nossa rede elétrica.
O Ministro afirma que o risco é mínimo para a falta de energia, só que, há uma semana, dizia que o risco era zero.
Afirma que “apagão é uma coisa e desabastecimento é outra”, mas em ambos falta energia...
 “Responsáveis são as condições climáticas adversas e dependemos única e exclusivamente de São Pedro para resolver o nosso problema.”
Basta o Santo que edificou a Igreja Católica parar com as chuvas em Rondônia e Acre e transferi-las para o nosso Centro-Sul desértico.
Ficamos assim, ou São Pedro nos ajuda ou vamos para o brejo.

Gabriel Novis Neves
15-02-2014

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