Neste
início de século surgiu uma metrópole diferente de todas as que conhecemos. Ela
não ocupa nenhum espaço físico. Ela é uma metrópole virtual – a Carentolândia,
terra dos carentes.
A
Carentolândia é um dos braços da megametrópole “Rede Social Online”, e opera em
variados níveis. Os “moradores” da Carentolândia se conectam através das redes
sociais de relacionamentos, tais como, Facebook, Orkut, Myspace, Twitter,
Badoo. Todos eles verdadeiros templos das mentiras, lamúrias e fantasias.
Seus
usuários se muletam emocionalmente de uma maneira recíproca, ou postando fotos
“selfies” ou acenando com os comprovantes fotográficos exibicionistas da vida
maravilhosa que, pretensamente, levam.
Totalmente
fora de questão deixar transparecer sinais de angústias existenciais ou de uma
vida trivial, comuns a todos os seres pensantes.
Existe
uma necessidade premente de exibir as poderosas máquinas que dirigem, ainda que
não sejam deles, as bolsas grifadas que compram, as viagens internacionais,
juntamente com fotos ao lado das celebridades que encontram por acaso.
Enfim,
são todos megalomaníacos de ostentação, visando impactar outros carentes menos
afortunados.
Fenômeno
que começou discretamente no início do mundo digital, tomou força e já é uma tendência mundial, principalmente nas
classes emergentes.
A
Carentolândia prospera a passos rápidos, principalmente entre os representantes
mais expressivos desse nosso mundo de futilidades.
Nunca
vemos nesses exercícios exibicionistas, referência à descoberta de uma boa
literatura, a encontros com pessoas do mundo da inteligência ou das artes.
Preocupações sociais, então, nem pensar!
Programas
televisivos de bom nível, poucos e raros, não atingem um centésimo da
audiência de, por exemplo, os Bigs
Brothers da vida.
Os
lugares mais visitados pelos habitantes da Carentolândia são sempre os paraísos
da alienação e do consumo, tendo Miami como representante máximo.
Lá,
até bem pouco tempo atrás, era dispensável o pensamento. Esse quadro está
mudando paulatinamente, já que a cidade vem se tornando palco de inúmeros
eventos culturais e artísticos.
Ao
contrário de Berlim, atualmente um dos maiores centros mundiais em tecnologia e
cultura, que é muito pouco falado como atração turística.
Meu
conforto é que a parte positiva da Internet é bem extensa na maior parte dos
outros setores.
É
festa total para os interessados em cultura, cinema, em divulgação de bons
espetáculos teatrais e artísticos, enfim, para
os que não pertencem à imensa Carentolândia, que, infelizmente, povoam
uma fração expressiva do planeta Terra.
Gabriel
Novis Neves
02-02-2014
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