quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

METRÓPOLE VIRTUAL

Neste início de século surgiu uma metrópole diferente de todas as que conhecemos. Ela não ocupa nenhum espaço físico. Ela é uma metrópole virtual – a Carentolândia, terra dos carentes.
A Carentolândia é um dos braços da megametrópole “Rede Social Online”, e opera em variados níveis. Os “moradores” da Carentolândia se conectam através das redes sociais de relacionamentos, tais como, Facebook, Orkut, Myspace, Twitter, Badoo. Todos eles verdadeiros templos das mentiras, lamúrias e fantasias.
Seus usuários se muletam emocionalmente de uma maneira recíproca, ou postando fotos “selfies” ou acenando com os comprovantes fotográficos exibicionistas da vida maravilhosa  que, pretensamente, levam.
Totalmente fora de questão deixar transparecer sinais de angústias existenciais ou de uma vida trivial, comuns a todos os seres pensantes.
Existe uma necessidade premente de exibir as poderosas máquinas que dirigem, ainda que não sejam deles, as bolsas grifadas que compram, as viagens internacionais, juntamente com fotos ao lado das celebridades que encontram por acaso.
Enfim, são todos megalomaníacos de ostentação, visando impactar outros carentes menos afortunados.
Fenômeno que começou discretamente no início do mundo digital, tomou força e já  é uma tendência mundial, principalmente nas classes emergentes.
A Carentolândia prospera a passos rápidos, principalmente entre os representantes mais expressivos desse nosso mundo de futilidades.
Nunca vemos nesses exercícios exibicionistas, referência à descoberta de uma boa literatura, a encontros com pessoas do mundo da inteligência ou das artes. Preocupações sociais, então, nem pensar!
Programas televisivos de bom nível, poucos e raros, não atingem um centésimo da audiência  de, por exemplo, os Bigs Brothers da vida.
Os lugares mais visitados pelos habitantes da Carentolândia são sempre os paraísos da alienação e do consumo, tendo Miami como representante máximo.
Lá, até bem pouco tempo atrás, era dispensável o pensamento. Esse quadro está mudando paulatinamente, já que a cidade vem se tornando palco de inúmeros eventos culturais e artísticos.
Ao contrário de Berlim, atualmente um dos maiores centros mundiais em tecnologia e cultura, que é muito pouco falado como atração turística.
Meu conforto é que a parte positiva da Internet é bem extensa na maior parte dos outros setores.
É festa total para os interessados em cultura, cinema, em divulgação de bons espetáculos teatrais e artísticos, enfim, para  os que não pertencem à imensa Carentolândia, que, infelizmente, povoam uma fração expressiva do planeta Terra.

Gabriel Novis Neves
02-02-2014

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