terça-feira, 25 de janeiro de 2011

MUDANÇA DE HÁBITOS

As mudanças são inevitáveis, e necessárias, na vida de qualquer ser humano.

Já fiz tantas mudanças na minha vida que até perdi as contas! Umas foram planejadas, outras, inevitáveis. Como digo sempre, ainda me resta um quarto de século para viver.

Enquanto espero aquele dia chegar, sem a mínima pressa, vou valorizando o tempo presente.

Sei que mudanças continuarão a fazer parte da minha vida, mas estou preparado para elas. Mudanças para melhor, é claro.

As mudanças mais fáceis de fazer são as externas. As internas são mais complexas, Mas isto é assunto para outra crônica.

A título de ilustração vou citar algumas mudanças que ocorreram na minha vida. Mudanças simples, que não exigiram grandes esforços, mas mesmo assim, mudanças – e para melhor.

Uma das mais remotas foi a minha magreza. Quando menino era muito enjoado para comer. Verduras?

Só as do carrinho de mão que parava na porta da minha casa. Adorava quando o verdureiro gritava que tinha muita verdura e citava: rapadura, farinha, pote de barro, guaraná ralado, saco para limpeza de chão, pirulito e tantos outros legumes e verduras. Mas, um estágio prolongado no restaurante estudantil no Rio de Janeiro, um período no exército e os plantões hospitalares foram o suficiente para me fazer adquirir novos hábitos alimentares.

Hoje, como tudo o que vem à mesa – até verduras e legumes.

Cheguei a ter o hábito do cigarro.

Quando percebi que estava fumando sessenta cigarros por dia, e após um susto devido a uma arritmia cardíaca, parei de fumar. E lá se vão trinta anos.

O mais recente hábito que abandonei foi o da redondinha e afins - independente de serem destiladas ou não. Quer dizer, parei de beber álcool.

Agora, nas reuniões do “Clube do sábado,” só água e sucos.

Houve um tempo em que apreciava escutar músicas, de qualquer tipo. Hoje já não curto mais.

Estou notando que até o velho hábito de assistir ao futebol está perdendo vitalidade. Não sei nem se este hábito sobreviverá até 2014.

Um querido colega de infância e juventude convidou-me outro dia para um final de semana na sua chácara. Um belo churrasco, regado a muita cerveja e uma pelada entre os amigos.

Lembrou-se que eu gostava disso tudo quando morávamos juntos em uma pensão no Rio.

“Vamos relembrar os velhos tempos” – ele falou. Ficou meio decepcionado quando lhe respondi: “Obrigado, companheiro, pela lembrança, mas os velhos tempos ficaram lá atrás. Hoje não curto mais nada disso.”

Aí veio o fatídico questionamento, que não raro escutamos quando comunicamos este tipo de coisa: “É a idade que está pesando? Agora só quer ficar na vagabundagem?”

Ele falou sem maldade, creio que condicionado por esses chavões horrorosos.

Respondi com toda calma: “Não, meu querido colega. Estou longe da vagabundagem – e que Deus me conserve sempre longe dela.

“Estou como sempre estive, em permanente estado de mudanças de hábitos, exatamente para continuar a ser o mesmo.”

O meu novo hábito agora é escrever. Até quando não sei.


Gabriel Novis Neves (7.5 + 22)

22-07-2010

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