terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Liberdade

Quem é que inventou esse boato de que existe liberdade de imprensa no Brasil?

Só posso acreditar tratar-se de mais uma dessas histórias que ouvimos pelas ruas. As verdades colocadas no papel causam ameaças de revides pessoais e descontentamentos dos poderosos.

Existem “opções” a seguir diante de tal fato importante para o exercício da cidadania.

Longe de mim, ser defensor de baixarias, inverdades e ataques pessoais.

Aceitar dados estatísticos, por exemplo, de compra de máquinas hospitalares como indicador da melhoria da saúde pública!

Isso é querer fazer com que a nossa população acredite que saúde se resolve assim.

Aqui na nossa cidade, há não sei quanto tempo, escrever as verdades sobre os nossos eternos problemas sociais é o mesmo que ser condenado à morte. A censura é impiedosa, seguida, de retaliação pessoal.

Escrevo diariamente, continuando o meu trabalho educacional, sem remuneração, mas por convicção do exercício da cidadania.

Não vou dizer que as minhas observações são as mais corretas e que nunca errei. Não.

Procuro, entretanto, apitar impedimento quando o jogador está em posição irregular.

Quero ser justo com aqueles que vivem sem o privilégio de encontrar uma entrada no Estádio das oportunidades da vida.

Identifico no país, em que as leis são perfeitas, mas nem sempre fiscalizadas no seu cumprimento, dois principais tipos de censura à liberdade de imprensa.

O uso do esparadrapo na boca e o estrangulamento econômico da empresa de comunicação - seja de pequeno, médio ou grande portes. O esparadrapo na boca altera totalmente a proposta do veículo de comunicação. Muitos deixam as críticas pelos elogios oficiais.

A outra censura é de uma crueldade primitiva. Sangra o veículo de notícias até a morte pela falta de anunciantes.

Nenhum empresário é louco de anunciar os seus produtos em um órgão de comunicação, que faz oposição ao governo. Não considerando que a imprensa livre não recebe anúncios do governo.

Os mais antigos dizem que a liberdade de imprensa sempre funcionou assim. Concordo.

Mas estamos escrevendo sobre temas importantes, para esclarecer a nossa gente da escuridão escrava causada pelos poderosos para se perpetuar no poder.

O continuísmo é uma maneira de frear o desenvolvimento da nação, só possível através da informação causadora das mudanças.

O cidadão informado decide melhor o que é bom para todos. Isto é democracia e não apenas o voto inconsequente.

Não existe meia democracia. Ou vivemos em um estado de direito que nos assegura a liberdade de pensamento ou aceitamos a “censura democrática” com as receitas de bolo, pagas pelo governo.


Gabriel Novis Neves (7.5+66)

10-09-2010

Um comentário:

  1. Análise realista de uma profissão que se equilibra entre o factual e o financeiro. Parabéns pelo artigo.

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