segunda-feira, 5 de abril de 2010

OITO DE ABRIL

Estamos chegando a mais um aniversário da nossa querida Cuiabá. Quase trezentona, sente orgulho dos seus filhos. Observo na minha Cuiabá um sentimento de tristeza, conseqüência das humilhações sofridas. Este ano com toda a certeza, as festas comemorativas do dia oito serão riquíssimas em caras novas - e também pelas não tão novas assim - jurando amores falsos. Os antigos inimigos da cidade também aparecerão, confiantes no milagre do esquecimento.

Cuiabá sempre foi a grande mamadeira deste estado. Esquálida, após salvar vidas e vidas perdidas, logo é abandonada. Por ser a capital, os seus poderosos inimigos estão sempre na espreita para prejudicá-la. Várias vezes, num passado não muito remoto, tentaram através de um golpe, transferir a sede do governo para o sul. A justiça não deixou. Sempre doadora, a nossa capital viu parte do seu território ser dividido para nutrir o desnutrido sul. Tentaram antes roubar a sede da Universidade Federal de Mato Grosso para o interior. Mais uma vez a lei fez justiça à Cuiabá.

Há pouco tempo um deputado estadual lá do norte, quis humilhar Cuiabá, levando a capital para umas terras da sua fazenda. A lei salvou Cuiabá, e hoje o predador da cidade verde veste a manta dos amantes dos votos da cidade. É constitucional o chefe do executivo ter residência oficial na cidade sede do governo. A lei é respeitada em todo o Brasil, menos em Cuiabá. Por quê? O que mais admiro na cidade onde nasci, cresci, fui obrigado a abandoná-la para estudar, e voltei para ajudar a carregar o piano do seu desenvolvimento, é a sua grandeza de princípios e intolerância total à mesquinhez.

Não se importe com isso não minha querida Cuiabá! Continue a ter orgulho dos seus filhos que a amam de verdade! Cuiabá da Matriz, do rio Cuiabá, do Coxipó, de São Benedito, dos pescadores, artesões, violeiros, da fala inconfundível - linda de morrer - das lavadeiras, do bolo de arroz, e principalmente da sua gente maravilhosa. Como presente Cuiabá não quer discursos sem alma, nem mensagens hipócritas e sim, união do seu povo contra os seus inimigos gratuitos.

Assim aguardo o oito de abril, com os olhos abertos, coração sangrando pelo desrespeito sofrido e a razão comandando as minhas emoções.

Gabriel Novis Neves
05/04/2010

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.