quinta-feira, 8 de abril de 2010

CRISTIANIZAR

Quando escrevi um artigo dizendo que não se faz política sem traição, muita gente levou para o terreno pessoal aquela afirmativa, o que não tem nada a ver. A matéria prima da política é, será e sempre foi a traição. Aqui no Brasil existe até um verbo, que não se traduz para nenhum outro idioma: cristianizar, que significa traição política. Não aquele cristianizar de tornar-se cristão – cristianização.

Este verbo surgiu em 1950, quando o candidato do governo a Presidência da República, pelo fortíssimo Partido Social Democrático (PSD) era um deputado federal mineiro, chamado de Cristiano Machado. A União Democrática Nacional (UDN) – “O preço da liberdade é a eterna vigilância”, apresentou como candidato o Brigadeiro Eduardo Gomes. As moças o recebiam cantando: “Brigadeiro, brigadeiro, brigadeiro; é bonito, é faceiro e é solteiro”. Outro nome importante no páreo era o ex-ditador Getúlio Dornelles Vargas, do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). O pai dos pobres como era conhecido, representava a terceira via. Para Vargas ganhar do candidato do governo, dos grotões e das elites, só com o PSD votando nele. Foi o que aconteceu, daí o nome cristianizar.

Ouvi uma entrevista do nosso historiador, doutor Alfredo Menezes em que ele afirmava: “Na história de Mato Grosso, estas próximas eleições, serão as campeãs em traição política”. Concluo: o planejamento está pronto e sendo executado. As novas gerações irão presenciar o fenômeno da cristianização.

Gabriel Novis Neves
25/03/2.010

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.