terça-feira, 27 de outubro de 2009

PODER

Se quiser pôr a prova o caráter de um homem, dê-lhe poder.” – Abraham Lincoln.


Quando cedo liguei o rádio do meu carro, o comentário era sobre mais uma das infelizes frases do nosso presidente. Desta vez, não medindo conseqüências, ofendeu a célula principal do seu sucesso: a Igreja Católica e as outras igrejas que crêem em Jesus Cristo. A infelicidade das frases do nosso presidente repercutiu tanto que mesmo com a “taxa de zelo” em dia, foi o principal comentário em todos os programas de rádio, televisão e jornais - sempre desfavoráveis ao “cara”.

O sapo barbudo simplesmente comparou-se a Jesus Cristo para justificar as suas atuais estranhas amizades. Disse que Jesus Cristo era amigo de Judas e que Jesus negociava com ladrões e bandidos. Jesus nunca negociou com fariseus, pelo contrário, expulsou-os da sua casa. Com ladrões e bandidos, tentou convertê-los.

Ora gente! Além de cometer o pecado da mentira, o Presidente tentou justificar com este aforismo o seu apoio aos mensaleiros, aos ladrões de dólares na cueca, e o perdão para “aquele” que outrora era considerado pelo metalúrgico, representante dos Bispos do Brasil, como o maior grileiro de terra deste país. É demais!

Até que ponto o poder expõe o caráter de uma pessoa! Ele considera-se Jesus Cristo. Se esta afirmação fosse feita em um ambulatório do SUS, imediatamente ele seria internado para seções de eletro choque. Ficaria na enfermaria com Napoleão Bonaparte, Hitler, Stalin, com um leito vago, esperando pelo Apóstolo Fidel, o da ilha.

“Poder é o camaleão ao contrário: todos tomam sua cor” - Millôr Fernandes. Essa é a cor do sapo barbudo. Os interinos ou contratados por tempo determinado para exercer o poder, mesmo no mais alto trono do mundo, estão sempre sentados sobre o seu rabo – gritava o filósofo francês.

Estamos vivendo em Mato-Grosso um momento muito especial, de total intolerância dos nossos governantes, diante do nosso principal problema que é a Saúde Pública. Técnicos não resolvem problemas, apresentam soluções. A decisão é sempre política. Certa ou errada, os políticos vão ter que tomar uma decisão para resolver este problema, que nos envergonha como cidadãos e pessoas civilizadas.

Mas o poder subiu à cabeça dos nossos governantes, e o pior é que eles não sabem que isso só acontece – do poder subir a cabeça - quando encontram o local vazio. Julgam-se, embora não se manifestem, como Jesus dos mato-grossenses e cuiabanos. Desconfio que tenha gente aqui querendo promoção para Deus.

O poder além de expor o caráter das pessoas, demonstra a sua verdadeira aptidão: exercer o poder apenas pelo poder. Aquele poder que mata esperanças, sonhos e pessoas; aquele poder de poder controlar homens.

Os poderosos não suportam ouvir “não”. Todas as vezes que disser não a eles cuidado para não ser ouvido. Até quando os nossos poderosos governantes, homens religiosos e de fé, irão continuar nesta incômoda posição de dizer não à população pobre, roubando-lhes a paz, a saúde e a dignidade em troca de festas profanas com duplas caipiras e comportamentos inadequados diante do sofrimento do povo do maior colégio eleitoral de Mato-Grosso?

Todo poder é transitório, lembrem-se!

Gabriel Novis Neves
23 de Outubro de 2009

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.