sexta-feira, 22 de setembro de 2023

QUEM NÃO ME CONHECE

 


As pessoas que não conviveram comigo no consultório, universidade e nos diversos cargos públicos que exerci, e não pertencem a minha vivência familiar, me acham uma pessoa esquisita, difícil de compreender.


O saudoso deputado Milton Figueiredo, nosso ex-aluno de Direito, certa ocasião na colação de grau em uma escola em Santo Antônio do Leverger, pediu para fazer uso da palavra, pois era Patrono dos Formandos.


Esses eventos escolares eram realizados à noite e a palavra era livre, e as formaturas avançavam noite adentro, terminando quase sempre à meia noite.


O querido deputado, brilhante e ferino orador, explicou aos alunos quem era o secretário de educação do Estado de Mato Grosso.


Eu tinha sido escolhido pelos alunos, como Paraninfo da Turma e o político sabia muito bem como essas escolhas eram feitas e seus critérios.


Ele sabia que os alunos não sabiam quem eu era, apenas secretário de educação à qual pertencia a sua escola.


Disse mais ou menos isso a todos os presentes que lotavam as dependências do pequeno auditório da escola de primeiro grau:


“Vou contar a vocês quem é o Paraninfo que vocês escolheram.


O doutor Gabriel é um homem comum, mas, casou-se com uma Princesa argentina espanhola que foi criada no Rio de Janeiro.


É um homem vaidoso, não vive no meio do povo.


Dizem até que será magnífico, título de nobreza que lhe assenta muito bem.


Apesar de tudo, os pobres o idolatram e hoje está aqui na minha cidadezinha sendo homenageado pelos nossos futuros líderes.


Difícil de entender esse homem querido e amado por todos, inclusive por mim, seu adversário político. ”


Com essas palavras o brilhante deputado Milton Figueiredo encerrou sua fala.


Como deputado federal e eu reitor, muito me ajudou na aprovação do teatro universitário na gestão do ministro da educação Eduardo Portela.


Muitos ficaram surpresos com o meu blog desde 2009, onde tenho mais de 3000 crônicas publicadas.


Juravam até há pouco tempo que eu não conseguia escrever uma linha e tudo era escrito por outros. Só assinava e lia.


Não entendem essa minha devoção em escrever ao ser idoso.


Minha paixão com as plantas e flores, muita gente pensa que é novidade.


Esquecem-se que ao retornar à minha cidade natal, em 1966 plantei jardins internos e externos no Hospital Adauto Botelho.


O campus universitário do Coxipó da Ponte foi implantado em pleno cerrado com vegetação rasteira, eu sendo o reitor por mais de dez anos.


Hoje temos árvores de médio e grande porte em toda a área, misturando com os inúmeros prédios de uma verdadeira cidade.


Transformei a cobertura do meu apartamento em um lindo jardim e a parte inferior em um arsenal de flores, com destaque para as orquídeas nas cores azul, rosa e branca com fundo lilás.


Portanto, “quem não me conhece que me compre! ”


Gabriel Novis Neves

29-08-2023






Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.